Negócio da fé sem sinais de retoma
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Já tinha lido alguma coisa sobre o assunto, mas depois de ler este artigo de um blog da vizinhança, fiquei a matutar se os crentes deixaram de investir na fé e começaram a investir sabiamente em bens de primeira necessidade.
A crise actual também se propagou aos negócios da fé e não se vislumbram sinais de retoma.
Aquele que foi o produto financeiro mais vendável ao longo dos tempos, parece que já não é muito atractivo. De facto, os planos poupança reforma para a eternidade vivem dias de amargura, simultaneamente os investimentos nas agências de viagens para o além também estão em forte queda nas bolsas, os investidores começam por fim a assentar os pés no chão. Já nem as alucinações vendem, veja-se a crise generalizada que assolou toda a economia da cidade de Fátima em Maio último.
Ora, com este panorama fortemente negativo para as finanças eclesiásticas, a alta finança do episcopado não vai de certo, ficar de braços cruzados a ver os seus rendimentos diminuírem e os navios partirem...
Então, que estratégias seguir?
Plano A - Desde logo, como os crentes andam meio descrentes com a vida, aumenta-se o preço da missa em 33% acima da inflação, isto já deve dar para compensar o défice orçamental das receitas em esmola, o termo técnico usado na bolsa de valores eclesiásticos para esta operação financeira é designado por dádiva.
Outra solução para o caso desta primeira falhar, poderá passar pela recolha de 100 mil assinaturas e entregá-las na assembleia da república, exigindo que o legislador crie um conjunto de mecanismos jurídicos sem recurso a referendo, que torne obrigatório o pagamento das oblatas.
Com o seu produto financeiro mais nobre (deus) cada vez mais distante dos crentes, há que ser hábil e engendrar novas estratégias de marketing.
Plano B - Inventar uma exorbitância de santos e vendê-los a preço de saldo.
Por alguma razão, nos últimos tempos, o Vaticano se tem desdobrado em fabricar santos e beatos por todo lado, numa dinâmica e num empreendorismo nunca antes visto.
A razão é simples:
Como deus parece que cada vez está mais longe e não atende as preces da bem-aventurada abundância financeira dos crentes, estes terão um subproduto mais acessível e que fica mesmo ali ao virar da esquina - a intercessão dos santos e beatos.
E se isto não for suficiente, aumenta-se o preço dos serviços indispensáveis aos crentes: funerais, casamentos, baptizados, comunhões e afins.
Por fim, não me espantava nada que a este ritmo, as hóstias também venham a estar na mira do negócio.
Preparem-se pois respeitáveis crentes para qualquer dia terem que pagar as hóstias a 50 cêntimos cada uma. Se não puderem comungar todos os dias, façam-no apenas ao Domingo e apertem o cinto o resto da semana, dessa forma reforçam os vossos laços com a consubstanciação do corpo de deus...
Queriam encher o pandulho por conta da doutrina da fé não?
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