Um grande discurso pela ética

sexta-feira, 28 de agosto de 2009



Um grande discurso! Para quem teve oportunidade de ouvir o discurso de Luís Marques Mendes na Universidade de Verão do PSD, certamente que concordará comigo.
Como o que está em causa não é a cor do seu partido, mas sim a imensa sabedoria e utilidade que retiramos das palavras proferidas por Marques Mendes, apresentarei alguns trechos do seu discurso.
Luís Marques Mendes cingiu o seu discurso àquilo que denominou por “pecados capitais” da democracia portuguesa. Sem papas na língua nem receio de represálias atacou directamente a presidente do seu partido, por ter nomeado para as suas listas de deputados António Preto.
“É um desafio que tenho feito a todos os partidos mas recomendaria de uma forma particular ao único partido em que tenho confiança, o meu partido, recomendaria em particular ao PSD que reforçasse cada vez mais as suas preocupações com a ética e a credibilidade da vida política”. “Acho que a bem dele (António Preto), a bem da instituição e a bem da política não deve poder candidatar-se a eleições”
Atacou aqueles que julga apropriarem-se da política para ascenderem socialmente, não se preocupando minimamente em agir com rectidão e honestidade perante os contribuintes e, por outro lado, com verdade perante os eleitores. Alias, não deixa de ser curioso que a afirmação de Cavaco Silva onde expressa “Os maus políticos afastam os bons políticos” apresenta considerável correspondência com as palavras de Marques Mendes.
“Ninguém é obrigado a fazer política, só vem para a política quem quer mas quem vem para a política só pode estar de uma forma: com seriedade, com honestidade, com dedicação, com competência”… “não é preciso ser monge, bastando ser um exemplo de seriedade, honestidade e credibilidade."
Como não podia deixar de ser, apresentou um exemplo que demonstrava com clareza que aquilo que afirmava era por si colocado em prática, reportando-se ao período em que era líder da bancada parlamentar e afastou alguns candidatos do PSD.
“Na esmagadora maioria dos casos não é preciso lei nenhuma para colocar ética na política: basta que quem manda, quem decida, tenha a coragem de aplicar estes princípios, estes valores”, declarou, recordando que nas autárquicas de 2005, quando era líder do PSD afastou alguns candidatos “em nome da credibilidade”.
Defendeu a necessidade de o sistema eleitoral português se reger por ciclos uninominais, no sentido de aproximar e responsabilizar os eleitos dos eleitores referindo, como exemplo, a incongruente discrepância na minuciosidade com que os partidos escolhem os candidatos para as autárquicas em contra-ponto com os candidatos para as legislativas.
“Para as eleições autárquicas os partidos são normalmente muito exigentes, cuidadosos na escolha a candidatos a presidentes de câmara, procurando apresentar pessoas conhecidas, com prestígio, credibilidade e competência … os partidos sabem bem que nas eleições autárquicas não basta o símbolo partidário para ganhar, é importante a credibilidade da pessoa, credibilidade do candidato.Pelo contrário, para as eleições legislativas, em que o grau de exigência devia ser pelo menos o mesmo, acontece normalmente o contrário, salvo honrosas excepções. A regra é: como as pessoas votam mais em partidos que em pessoas, normalmente não há da parte dos partidos uma preocupação de escolher os candidatos com base no mérito, na qualidade, na competência e da credibilidade”
Quanto a mim, a parte do seu discurso mais interessante foi aquela em que, por outras palavras, admite que não se pode pretender o poder pelo poder e que tudo vale para garantir o poder.
“Às vezes, é preferível saber que se vai perder uma eleição mas afirmar uma linha política de credibilidade, porque as convicções e a pureza dos princípios são muito mais importantes que os sentidos de oportunidade ou as lógicas de conveniência”.

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Islândia - Um aviso para o mundo

quinta-feira, 20 de agosto de 2009



Não deixa de ser caricato reler o que afirmavam os grandes organismos internacionais sobre o “case-study” Islândia em termos de desenvolvimento económico e social, à 2 anos atrás e ler o que dizem agora. Evidentemente que agora é muito fácil tirar as conclusões que bem entendermos, porventura algo salta à vista: a pujança económica islandesa assentava sobre alicerces muito frágeis.
Uma economia assente nos serviços, sobretudo, financeiros corre o risco de ver a sua riqueza “evaporar-se”, daí que denominemos a “outra” economia de real. Tal como Américo Amorim e Belmiro de Azevedo perderam potencialmente milhões de euros em acções, também um país pode perder milhões através do pagamento acrescido de juros, falência de bancos (e consequente nacionalização) e desvalorização monetária. Na Islândia estes factos tornaram-se mais problemáticos, visto que a economia estava dependente daqueles serviços em quase 90%, o que mais uma vez demonstra que a Islândia não seguiu uma boa prática de política estratégica (concentração da rentabilidade de um país num pequeno número de sectores).
Hoje, dia 20 de Setembro de 2009, a Islândia arrisca-se a tornar um dos países mais pobres do mundo, obrigando grande parte nos Islandeses a abandonar o país ou submeterem-se à miséria. Digo hoje, porque o governo Islandês pretende nacionalizar um banco privado (de fundos Ingleses e Holandeses) dada a situação insustentável que enfrenta. Segundo os meios de comunicação social, a dívida do banco atribuirá a cada islandês uma dívida de 13 mil euros.
Sinceramente não entendo esta decisão, porque se a maioria dos bancos islandeses já foi nacionalizada, como poderá o sistema financeiro islandês entrar em colapso com a falência deste banco? Seria como o BES, BPI e Banco Popular estivessem nacionalizados e a simples falência do Santander Totta implicasse a falência de todo o sistema.
O mais ridículo de tudo isto é que aquele banco captou muitos depósitos (na Islândia) a cidadãos Ingleses e Holandeses, graças a altas taxas de juro que praticava, e agora, os governos daqueles países exigem a devida indemnização ao governo islandês pela nacionalização. A isto é que se chama matar dois coelhos com um só tiro…
Como um mal nunca vem só, a oposição ameaça fazer cair o governo islandês, colocando em risco os acordos efectuados com o FMI, fundamentais para o país se manter à tona.
Aí está um aviso para aqueles que vivem artificialmente!

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Festival de Música - Vagos Open Air 2009

sábado, 8 de agosto de 2009

Arrancou ontem o Vagos Open Air 09, do cartaz de bandas que compunham o dia de ontem (sexta-feira) destaque para os Epica com um espectáculo demolidor, que fez vibrar em êxtase os milhares de pessoas que se concentravam no poeirento parque de jogos do Grupo Desportivo de Calvão.


Sem sombra de dúvida que a banda da escultural Simone Simons foi a que mais arrebatou o público, pena foi que o espectáculo se tenha realizado em plena luz do dia. Esta foi na minha opinião uma das grandes falhas da organização do festival, os Epica tinham estatuto suficiente para serem cabeça de cartaz. O público merecia que fosse esta banda a encerrar o primeiro dia do evento.
Por falta de informação minha quase corri o risco de não assistir a este espectáculo dos Epica, esta deficiência levou-me mesmo a perder o espectáculos dos Kathaarsys e das bandas Portuguesas, Process Of Guilt e F.E.V.E.R.. Quando cheguei ao recinto , depois de uma série de peripécias pelo caminho, já os Epica se preparavam em palco para actuar. Perdi inclusive, o olhar mas não os ouvidos da música "Indigo" que faz as aberturas dos concertos da banda Holandesa. Não gostei que a banda não fizesse sequer um encore no final do espectáculo, toda a gente esperava pelo "Never Enough", apesar disso valeu a pena, a Simone Simons é divinal.
Terminado o espectáculo dos Epica, houve lugar a uma sessão de autógrafos da banda, onde centenas de jovens se amontoavam para conseguir apanhar um qualquer motivo, vídeo, fotográfico ou um simples escrito para mostrar aos amigos ou para mais tarde recordar.




Seguiu-se a enfadonha banda Sueca, Katatonia, com um som interessante mas com um ritmo tão depressivo e monótono que no final do espectáculo fiquei com a sensação de ter estado sempre a ouvir a mesma música durante todo o concerto. Mal grada esta observação minha, não faltou quem delirasse com este grupo.

Por fim os The Gathering, também uma banda Holandesa que fez um espectáculo demasiado soft para aquilo que a ambiência de público exigia. O som não esteve mal, a vocalista também não, o guitarrista esteve excelente, mas o ritmo esteve muito pouco apropriado, muito pop, digo eu, para a imensa legião de Hard metal e metal Gothic fãs que ali se concentrava.

Algumas notas apenas sobre o ambiente que circundava o parque de jogos: O enquadramento paisagístico era excelente, com muitas árvores, muita sombra, muita areia e a Lagoa de Calvão como pano de fundo.
O ambiente em redor era o normal para este tipo de festivais, com muitos jovens de vestimenta "religiosamente" a preceito, muita cerveja e claro! alguma "ervinha", tudo normal e bem apropriado para a ocasião, sem que tenha assistido a qualquer excesso, estava tudo "Peace and Love, very much Love". A zona de camping era apenas para desenrascar, sem o mínimo de condições de higiene (os funcionários da limpeza vão ter muito que fazer), estava muito concorrida, com uma densidade ocupacional de tendas demasiado elevada para o exíguo espaço.
Quanto à organização: Como fui propositadamente para ver os Epica, não gostei de assistir ao espectáculo à luz do dia, depois o piso do parque de jogos é inadequado, cheio de pó, valeu que não houve chuva nem grande vento, senão seria tenebroso estar ali. Achei bastante interessante a forma como o serviço de bar funcionou, sem grandes demoras as pessoas iam sendo despachadas, o que sempre convém quando se junta tanta gente.

Este foi um pequeno retrato daquilo que observei ontem, o programa prossegue hoje com as bandas Portuguesas Thee Orakle e Echidna a quem se juntam a bandas de renome internacional Amon Amarth, Dark Tranquillity, Cinica e Dawn of Tears.

Aqui fica o alinhamento para o dia de hoje:



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Parque de Campismo de Vila Fria - Felgueiras

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A canícula do Verão e o tempo de férias vai-nos derretendo a inspiração e a vontade de escrever, ainda assim, aqui vai uma sugestão para quem gostar de retemperar forças e aliviar o stress traumático de 11 meses de trabalho através do "camping".

Para os amantes do "camping" rural ou de montanha, a sensação de liberdade traduz-se simplesmente pelo contacto íntimo com a natureza, liberdade essa da qual tantas vezes nos vemos privados, pela falta de tempo ou pelas obrigações inerentes aos condicionalismos da nossa própria vida.

Há dias estive no parque de campismo de Vila Fria, em Felgueiras e fiquei impressionado como num espaço tão pequeno se pode desfrutar de tanto relaxamento. O aspecto geral do parque é bastante aceitável, as instalações sanitárias primam pela higiene e limpeza quase permanente.



Existem imensos espaços arborizados, existe uma boa piscina, requisito sempre apetecível para um revigorante mergulho e um polidesportivo interessante para quem quiser manter a a forma, destacando pela negativa as áreas de acampamento, onde instalar uma tenda pode significar perder a paciência por alguns instantes, já que o piso é muito pedregoso.

Outra falha que aqui encontrei foi a falta de programas para actividades radicais dentro do parque, mas atendendo à sua pequena dimensão e à grande variedade de motivos que se encontram em redor, é perfeitamente dispensável este último requisito.

Já a zona envolvente ao próprio parque pode proporcionar alguns passeios muito interessantes para os apreciadores do pedestrianismo. O parque encontra-se encravado entre as paisagens tipicamente minhotas e as paisagens de média montanha, com o maltratado Rio Vizela a servir de guardião ao pequenos montes e vales donde esculpiu a sua vereda.




Dos cenários idílicos do verde minhoto, não poderiam faltar as vinhas do "verde" e o verde dos milheirais, prova real dada pelos muitos fios de água que fecundam e fertilizam aquelas terras.
Mas esta região é muito mais do isso, inserida na "Rota do Românico" esta é uma região rica em arquitectura românica, de que são exemplo o pequeno burgo de Pombeiro de Ribavizela.

É possível apreciar alguns exemplares de arte românica que perduraram até aos nossos dias como a ponte romana que atravessa o rio Vizela, a calçada romana que lhe dá acesso, os antigos Paços do Pombeiro, resquícios de uma memória que tornou importante este lugar algures na história. Os Paços do Pombeiro sofreram algumas obras de restauro e conservação estando hoje afectos a alojamento de turismo rural.



É também possível observar alguns exemplares de solares e casas senhoriais de arquitectura notável, ainda que de criação duvidosa, já que evidenciam a ostentação de quem enriqueceu à custa do trabalho e da exploração do trabalho dos outros, coisa muito típica ao longo de centenas de anos na região minhota. Enquanto uns trabalhavam de sol a sol as terras férteis dos seus amos na mais profunda miséria, outros enriqueciam abastadamente sanguessugueando os seus servos até ao tutano, num regime troglodita, completamente feudal.



Outra obra arquitectónica notável é o antigo Seminário do Pombeiro, o edifício é imponente apesar de estar num estado de conservação sofrível. Num tempo em que a aposta clara deste país contra a desertificação no interior e nas áreas rurais terá que passar forçosamente pelo turismo de natureza. Parece-me ser este o caminho a seguir para transformar aquele edifício numa espécie de hotel rural. Pode parecer meio disparatado, mas hoje cada vez há mais gente à procura de lugares como aquele, para desfrutar do lazer laborando nas vinhas ou nos campos e ainda pagam bem por isso. É necessário portanto que lhes sejam dadas condições condignas de alojamento, com toda a qualidade que seria exigível num grande "resort" do Algarve salvaguardando as devidas distâncias, que são muitos quilómetros com se sabe.

Capta-se turismo, visitantes, fixam-se pessoas, criam-se empregos e dinamiza-se toda a economia local, preserva-se de modo sustentável os recursos, evita-se o triste abandono dos campos e das vinhas, retrata-se um novo quadro de excelência na região e contribui-se sem sofismas para elevar o PIB do país.


É preciso no entanto, que os seculares detentores daquele espaço tenham agilidade mental suficiente, para poderem interpretar todas estas mais-valias, sem se enclausurarem tal como outrora e sempre o fizeram, na ideia divina que melhor serve para encher os seus cofres abastados. Além disso o edifício é de uma imponência e de uma arquitectura verdadeiramente impressionantes.

Por fim, não podia faltar a descrição de um dos mais belos exemplares de arte românica em Portugal, falo-vos do Mosteiro de Santa Maria do Pombeiro, que tem sofrido ao longo dos últimos tempos obras de conservação e restauro. No interior da capela do mosteiro ainda é possível observar alguns traços das paredes originais que datam da sua fundação, algures pelos séculos XI/XII e que se encontram cuidadosamente preservados numa redoma de vidro. pena é que os seus claustros interiores estejam em completa e avançada ruína, não entendendo eu, porque razão se abastardou a traça original dos passadiços superiores do claustro com materiais pouco condizentes com aqueles que ali foram colocados originalmente.



O Mosteiro deve ter sido abastecido de água ao longo de séculos por um pequeno aqueduto. No local ainda se podem observar alguns arcos bem preservados.

Se existem muitas coisas miseráveis neste país encontramos por aqui, um exemplo típico de incúria por parte da administração local. Esbanjam-se fortunas colossais em obras que depois são abandonadas, restando um impacto deprimente na paisagem. Presumivelmente tudo indica que ali iria nascer um parque de lazer, o que se vê é uma imensa procissão de arvoredo típico de parques e jardins, ladeado de ervas por todos os lados, entulho aos montes, silvas, dejectos e respectivos limpadores de papel, lixo, muito lixo, enfim, se era coisa para inglês ver passou a ser mesmo coisa genuína de português(a)-brasuca fugidia e incompetente.



Haja vergonha (q.b.) para requalificar aquele espaço e haja coragem para punir os responsáveis pelo esbanjamento do dinheiro. O mosteiro está classificado como Monumento Nacional desde o tempo da implantação da República (1910).

Tirando alguns pormenores de apreciação devo dizer-vos que esta região tem um potencial enorme para o turismo e para o lazer , assim queira quem pode e faça quem sabe.

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  © Feira das Conspirações! - Santa Maria da Feira - Portugal - Maio/2008

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