Viagem pelas luas de Saturno - Parte 3

quinta-feira, 12 de março de 2009

Prosseguindo a nossa viagem pela imensidão do sistema de Saturno, hoje iremos conhecer Jápeto, Febe e Hiperion.

JAPETO

Descoberto por Cassini em 1671, com um diâmetro de 1436,0 km é a 3ª maior lua de Saturno, com um período orbital de 79,32 dias, dista cerca de 3 564 300 km de Saturno, a temperatura média da sua superfície ronda -146ºC.

Jápeto é uma das luas mais estranhas do sistema solar, a diferença cromática entre os seus hemisférios tem intrigado os cientistas desde há muito. Jápeto tem um lado excepcionalmente escuro e um hemisfério excepcionalmente resplandecente, a diferença de albedos é descomunal e única em todo o sistema solar.
Foram descobertas crateras de impacto no início da década de 1980 pela Voyager no hemisfério rebocado, mas não no que comanda o movimento da lua. A matéria no hemisfério rebocado é quase, de certeza, gelo de água, possivelmente misturado com metano gelado e outros gelos, como o de amónia.

Toda a lua é, essencialmente, composta por gelos, daí possuir uma densidade bastante baixa. Curiosamente, nas primeiras fotografias de Jápeto tiradas pela Voyager 1 descobriu-se uma enorme e bem definida oval branca, com um minúsculo ponto negro no centro. A um círculo ao qual chamara de "Olho de Jápeto" e que se situa no limite de ambos os hemisférios e possui 200 km de diâmetro.

FEBE
Com Febe entrámos num mundo estranho de dimensão irregular e cuja forma é aproximadamente esférica, foi descoberta em 1898 por William Henry Pickerin, mede cerca de 200 Km de diâmetro e dista 12.952 milhões de Km de Saturno. Este satélite tem uma órbita retrógrada ou seja, oposta à direcção das órbitas dos outros satélites.

A sonda Voyager 2 descobriu que Febe tem uma forma aproximadamente circular, e reflecte cerca de 6 % da luz do Sol. A sua superfície está coberta de enormes crateras e tem um tom avermelhado. Febe roda sobre o seu eixo cerca de uma vez a cada nove horas. Por isso, ao contrário dos outros satélites de Saturno (excepto Hiperion), nem sempre mostra a mesma face para o planeta.

Os cientistas acreditam que Febe pode ter sido um asteróide capturado, com uma composição não modificada desde o tempo em que foi formado no Sistema Solar exterior. Parece-se com uma classe comum de asteróides escuros carbonados. Estes asteróides são quimicamente muito primitivos e pensa-se que foram compostos de sólidos originais que se condensaram da nebulosa solar. Por serem tão pequenos, nunca aqueceram suficientemente para alterar a sua composição química. Se é este o caso, Febe é o primeiro destes objectos que foi fotografado a uma distância suficientemente curta para mostrar a forma e o brilho da sua superfície. Febe pode também ter sido a fonte da matéria escura de Japeto.

Em 2004 a sonda Cassini passou a cerca de 2000 Km de Febe, pormenores das fotografias enviadas revelaram crateras (algumas com 50 quilómetros) que podem ter sido o resultado de colisões com objectos mais pequenos, alguns até com 100 metros de diâmetro.

HIPERION

Hiperion é um dos corpos mais estranhos do sistema solar, é a oitava maior lua de Saturno, com dimensões de 360×280×225 km, orbita a 1.481.100 km de Saturno, perto do satélite Titã. Possui uma forma totalmente irregular, cheia de crateras, que o deixa parecido com uma esponja. Possui também uma rotação caótica e uma órbita excêntrica.

Hiperião foi descoberta em 1848 independentemente por William Cranch Bond, George Phillips Bond e William Lassel, mas todos foram creditados pela descoberta.

Uma possível explicação para sua irregularidade na forma é Hipérion ser um fragmento de um outro corpo maior que se quebrou em num passado distante.

As últimas análises feitas pela Cassini constataram que cerca de 40% do satélite é vazia e confirmaram que Hipérion é composta principalmente de gelo, com poucas ocorrências rochosas, como pode ser indicado pela sua baixa densidade.

Hipérion é coberto de crateras uniformemente distribuídas na sua superfície. A sua maior cratera possui 121.57 km de diâmetro e 10,2 km de profundidade. As crateras são preenchidas por um material escuro e avermelhado, composto por várias cadeias de hidrogénio e carbono. Acredita-se que a porosidade existente nas crateras ajuda a mantê-las inalteradas com o passar do tempo.

Termina assim esta viagem pelas principais luas de Saturno, as outras luas de menor dimensão, não tendo grande interesse do ponto de vista visual, têm algumas particularidades interessantes, nomeadamente como satélites-guia da ordem gravitacional dos materiais que compõem os anéis. Outras são tão minúsculas que não passam de pequenos asteróides capturados pela imensa força gravitacional do planeta.

Vale apenas abordar o caso muito particular das luas Jano e Epimeteu.



Epimeteu (lado esquerdo) e Jano ( lado direito) são co-orbitais ( partilham a mesma órbita), esta característica provocou uma enorme confusão entre os astrónomos, que acreditavam que havia apenas um corpo naquela órbita e tiveram problemas em entender as características orbitais porque tentavam conciliar as observações de dois corpos distintos num só objecto.: o raio orbital de Jano para Saturno é actualmente apenas cerca de 50 Km menor que o de Epimeteu. Visto que órbitas internas possuem altas velocidades, as duas luas inevitavelmente aproximam-se uma da outra, e visto que o diâmetro médio de Epimeteu é de 115 Km e o de Jano é de 178 Km, pareceria à primeira vista que uma colisão se tornaria inevitável. Mas, quando a lua interna alcança a lua externa, a atracção gravitacional incrementa o movimento da lua interior e aumenta sua órbita, enquanto a lua externa igualmente perde movimento e cai para uma órbita inferior. A maior aproximação entre ambas é de cerca de 10 mil Km.

Outras luas menores de Saturno:

Telesto (à esquerda), Pandora (à direita)

Helena (à esquerda), Atlas ( à direita)

Calypso (à esquerda), Prometeu (à direita)



PUBLICAÇÃO : O COMENDADOR

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