Eutanásia
domingo, 1 de março de 2009
Aqui está mais um tema fracturante da sociedade portuguesa. Há quem diga que, tal como na questão dos casamentos homossexuais a seguir vinha a questão da adopção de crianças por pessoas do mesmo sexo, também na questão do aborto se previa que após essa discussão se seguisse a eutanásia. Tinham razão, pois o termo “eutanásia” já começa a aparecer nas páginas dos jornais e começa a andar na boca dos comentadores políticos, embora sobre a questão da adopção de crianças por pessoas do mesmo sexo seja uma falsa questão, pois um solteiro ou divorciado pode requerer um adopção e ninguém lhe pergunta a sua orientação sexual.Tal como na questão do aborto, não compreendo a necessidade de uns limitarem a liberdade dos outros, apenas por preconceitos ou valores que, embora não sejam desprezíveis, são os seus valores e não os dos outros.Sim é de liberdade e democracia que falamos, porque actualmente existem pessoas que querem colocar termo à sua própria vida e isso não lhes é permitido; note-se que quando alguém deseja pôr termo à sua vida, após um longo período de reflexão, não afecta ou prejudica ninguém com essa decisão. Se existir algum prejudicado será ele próprio, porque é impedido de prosseguir com a sua decisão, embora ao longo da sua vida pode ter criado os seus filhos (se os tiver), pode ter tomado actos de gestão que afectaram a vida de milhares de pessoas e até pode ter feito a guerra ou a paz, mas quando chega a hora de tomar uma decisão que apenas o afecta a ele, é-lhe barrada essa possibilidade.Evidentemente que não sou a favor que sejam os médicos a tomar a decisão final sobre a eutanásia, sobretudo nas situações em que o paciente não formulou nenhuma decisão. Na minha opinião deverá ser assim, porque os pacientes têm que ver no médico, uma pessoa que os ajudará a ultrapassar uma contrariedade e não que lhes possa retirar a vida sem a sua consulta prévia, com base em critérios subjectivos. Sobre este último facto seria importante relembrar o assassínio em massa de um médico inglês que injectava doses letais de medicação, o que provocava a morte dos pacientes.A decisão deve ser tomada em consciência pela própria pessoa (se for possível) ou através de testamento vital (documento onde o indivíduo indica que se algo acontecer e ficar gravemente incapacitado, inclusive de tomar decisões, permite que o “ajudem” a morrer).Estes sim são valores que defendem a dignidade humana, pois tal como quando alguém comete suicídio, não o devemos julgar, também aqui devemos aceitar que sejam os próprios a decidir; até porque, a pura existência animal, de digna pode ter algo, mas de humana…
0 comentários:
Enviar um comentário