Santa Maria de Lamas - Viagem pela Terra das Inutilidades
sábado, 21 de março de 2009
Santa Maria de Lamas a terra onde a inutilidade é obra!
Em Santa Maria de Lamas há uma tendência esquisita para se esbanjar dinheiro em obras inúteis, senão vejamos:
Em Santa Maria de Lamas há uma tendência esquisita para se esbanjar dinheiro em obras inúteis, senão vejamos:
Logo à entrada da freguesia, para quem vem de Santa Maria da Feira, existe um monumento que pretende homenagear o trabalhador corticeiro. Este monumento, pela sua localização, passa quase despercebido entre a vegetação, perdendo-se com isso a evocação sócio-económica da estátua para a importância do sector corticeiro na região.
Mesmo ali ao lado, existe uma das maiores inutilidades da freguesia - o campo de mini-golfe.
Investiram-se milhares de euros num equipamento que não serve para nada nem para ninguém, duvido até que alguma vez alguém se tenha servido dele. Este desperdício de dinheiro revela a falta de planeamento e ponderação por parte de quem concebeu aquele mamarracho. O pior é que a manutenção da relva que embeleza todo o espaço, tem-se revelado um sorvedouro insustentável de recursos financeiros. Urge revitalizar aquele espaço e a ideia tarda em sair do plano de intenções, entretanto, todos os meses é necessário lá gastar muito dinheiro para preservar um espaço do qual a população não tira nenhum benefício. A solução poderia passar pela concessão do espaço à exploração privada de um bar de apoio, no entanto as instalações que poderiam servir para esse fim continua por concluir. Outra solução seria retransformar aquilo e adaptá-lo à exploração de um parque para desportos radicais. Seja qual for a solução que venha a ser encontrada, aquilo não pode é continuar assim, os dinheiros públicos devem ser criteriosamente geridos e aplicados em equipamentos que beneficiem as pessoas e não em vaidades para visitante apreciar...
Um outro flagrante exemplo de má gestão dos dinheiros públicos é a área de lazer que foi construída junto ao nó de acesso à via do PEC. É verdade que a área de lazer foi a grande obra regimental apresentada para as eleições de 2005, mas passado todo este tempo percebe-se que aquilo não tem muita utilidade. Durante algum tempo as pessoas ainda se serviam da água do fontanário, mas depois que se deixou de analisar a qualidade da água, pouca gente se queda por lá. Aquilo foi uma verdadeira obra do regime, se incluir-mos a parte do moinho, foram uns valentes milhares de euros investidos.
Agora eu pergunto:
Alguém com bom senso se lembraria de construir um parque de lazer num local tão perigoso, paralelo a uma variante, sem qualquer resguardo ou local destinado a aparcamento automóvel ?
Os acidentes naquele local são recorrentes e em muitos casos de grande gravidade, pelo que ali ninguém está minimamente seguro, como tal, ninguém é suficientemente insano para querer usufruir da (in)serenidade do espaço.
Como é que estando prevista a construção da via do PEC há mais de 20 anos, se estendeu a área de lazer, que custou milhares de euros em dinheiros públicos, para uma zona onde haveria de ser destruida pela construção do nó de acesso à via do PEC? Isto representa uma total irresponsabilidade no esbanjamento leviano do dinheiro dos contribuintes.
A Junta de Freguesia foi indemnizada pelo prejuízo causado com alguma eventual alteração do projecto da via do PEC ou teve que arcar com as consequências dos seus actos de má gestão?
Já quanto ao moinho e ao canastro, até poderiam ser interessantes motivos para embelezamento do espaço, não fossem dois pormenores:
O primeiro, prende-se com os acessos ao moinho que estão muito mal sinalizados, o segundo é o facto do local não ser nada agradável ao sentido olfactivo e mesmo visual. A água que faz accionar a nora do moinho vem carregada de efluentes domésticos e outros detritos.
Pelo que assim sendo, satisfeita a curiosidade nem vale a pena ali ficar muito tempo, pois para além de água de esgoto nada mais há para ver. Acredito que um dia, aquilo ainda possa servir para algo mais do que um cenário montado para visitante ver e fotógrafo trabalhar. Quando tivermos os esgotos a serem tratados e a não serem despejados nos cursos de água do concelho, talvez a visão da coisa melhore e o olfacto se inspire!...
Continuando...
Chegados ao centro da vila Lamacense, encontramos mais uma aberração, esta roça quase a idiotice.
Gastaram-se 50000 Euros, repito 10 mil contos em moeda antiga, numa espécie de televisão com ar condicionado e tudo, mas que não serve para nada. Toda a gente já percebeu que, se houve ali alguém que fez bom negócio foi quem vendeu aquele mono ao presidente da junta. O problema da dificuldade em visualizar o que o aparelho transmite não está na sua localização, como pretende fazer crer o senhor Presidente da Junta, mas sim na fraca resolução em linhas e pontos que o monitor apresenta. Claro que o Presidente da Junta não tem que ter a obrigação de possuir conhecimentos técnicos sobre o assunto, mas 50 mil euros dos cofres da freguesia não devem ser gastos de ânimo leve e sem ponderação de qualquer espécie. Quem esfregou as mãos de contente foi o vendedor informático que desenvolveu a tecnologia, pôde ver-se livre daquele monstro. Se Santa Maria de Lamas pretendia ser a rampa de lançamento para a expansão do negócio, esta ideia revelou-se um rotundo fiasco e não colheu junto de outras autarquias, nunca vi nenhum mastodonte daqueles a enfeitar outras paragens, mas admito que possa haver.
Não me queria alargar muito sobre a inqualificável requalificação da postura de trânsito nem dos descomunais passeios que estrangulam as vias por onde se circula . Grande parte deste dinheiro foi mesmo deitado ao lixo, já que mais cedo ou mais tarde, mais ano, menos ano, mais campanha eleitoral atrás ou à frente, grande parte da obra terá que ser desmontada e requalificada, principalmente quando se chegar à conclusão que em muitos locais a obra feita só complica a fluidez do tráfego. Neste aspecto, se houve algum dinheiro que se possa dizer que teve alguma utilidade foi a requalificação da rua de Santa Maria, apenas junto à Igreja Matriz e o impedimento do trânsito a veículos pesados nesse pequeno troço, mas que representa o centro cívico da freguesia.
Um outro caso de excessiva inutilidade é o equipamento desportivo que existe por detrás do Auditório (também este foi durante algum tempo uma besta negra entre os inuteis cá do sitio, no entanto, parece que já lhe deram alguma vida, especialmente os alunos da EB1 do Chão-do-Monte que enquanto não vêem a sua escola pronta vão impedindo as moscas de tomar conta do edificio.). Voltando ao equipamento desportivo, presumo que tenham sido milhares de euros ali gastos e quase que posso apostar que a maioria da população de Santa Maria de Lamas desconhece a sua existência.
Aquele espaço até que podia ser melhor aproveitado e usufruído, desde que houvesse alguma divulgação da sua existência e não houvesse ali, como há, esgotos a correr a céu aberto e um cheiro pestilento que coloca a saúde pública em estado de alerta máximo e desaconselha vivamente a sua permanência naquele espaço por mais de 5 minutos. Como se vê exemplos de inutilidades não faltam na freguesia, já o contrário não se poderá bem dizer que abundem, principalmente quando desses exemplos, os investimentos efectuados resultem em benefícios reais para as populações da vila.
Concluindo, o poder autárquico que tem a responsabilidade de gerir os destinos da freguesia, continua mais preocupado em fomentar a ilusão daquilo que parece ser a vila, do que em promover aquilo que realmente ela deveria ser !
PUBLICAÇÃO : O GADANHA
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