E se um asteróide colidir com a Terra?

terça-feira, 3 de março de 2009

O cruzamento de asteróides com a órbita terrestre é mais frequente do que se pode julgar, a passagem do asteróide 2009-dd45 ontem de manhã, foi uma verdadeira tangente cósmica.

O asteróide de aproximadamente 40 metros de comprimento passou a menos de 70 mil Km da superfície terrestre, ou seja , o ponto de intercepção dos corpos celestes não coincidiu por uma diferença inferior a 1h, a terra percorre 107 000 km por hora no seu movimento de translação (órbita em redor do Sol).

Apesar de existir um risco contínuo de algum destes pedregulhos cósmicos atingir a Terra, as probabilidades de impacto são bastante ínfimas.

São considerados potencialmente perigosos os objectos cujo tamanho exceda os 100 metros de comprimento e cuja distância seja inferior a 7,5 milhões de km.

Em 2004, o asteróide 2004 FH de 30 metros de comprimento passou a apenas 43000 km da superfície terrestre, esta altitude é pouco acima dos satélites geo-estacionários que se situa pelos 36000 quilómetros, foi o objecto que mais próximo passou da Terra registado pelos cientistas.

Os cientistas têm grande dificuldade em estudar as órbitas destes objectos, já que pela sua reduzida dimensão a sua órbita pode sofrer alterações súbitas devido ao efeito de gravidade provocado pela massa da Terra. Há cientistas que prevêem que em 2029 o asteróide 2004 FH possa colidir com a Terra.

Na história mais recente, há pelo menos o registo de um destes impactos cósmicos que teve um efeito devastador na região onde caiu, felizmente uma remota zona desabitada da Sibéria.

No dia 30 de junho de 1908, por volta das 7:15 da manhã, na região de Tunguska , na Sibéria Russa, uma onda de choque quase mil vezes mais forte que a bomba de Hiroshima devastou 80 milhões de árvores em mais de 2.000 km² de floresta. Renas, ursos, lobos, raposas e milhares de outros animais tombaram junto com a vegetação, que até hoje não se recompôs inteiramente.



“O céu se partiu em dois. Uma bola de fogo penetrou na floresta. De onde o fogo se alastrava vinha um forte calor. Então o céu se fechou e um estampido surdo se espalhou, e eu fui arremessado a alguns metros de distância”.
(Depoimento de uma testemunha ocular a 65 km da explosão.)

A explosão de Tunguska foi o maior impacto que a Terra sofreu em toda a história do homem civilizado.

Eventos parecidos, mesmo em épocas mais remotas, permaneceram desconhecidos até o advento dos satélites artificiais.

Ainda que o epicentro estivesse despovoado, pessoas em centenas de lugares da Ásia e Europa testemunharam o ocorrido.

Os relatos eram extraordinários. Fortes Ondas de calor, ventanias intensas, estrondos pavorosos e tremores de terra foram reportados. Muitos viram uma bola de fogo e sua cauda esfumaçada se precipitando no horizonte.

O céu nocturno ficou incandescente durante semanas.

Em Londres, a mais de 10.000 km, era possível ler um jornal à noite, somente com essa luz.

Devido a rotação da Terra, se a colisão de Tunguska tivesse ocorrido cerca de 4 horas e meia mais tarde, a cidade de São Petersburgo, antiga capital do império russo, teria sido varrida do mapa para sempre.

No entanto, para que pudesse haver um Apocalipse de proporções bíblicas, semelhante ao que levou à extinção em massa de seres vivos, entre eles os dinossauros, há 60 milhões de anos ,seria necessário que o objecto tivesse à volta de 1 km de diâmetro.

Os pedregulhos até 100 metros de diâmetro são absorvidos quase integralmente pela nossa atmosfera, o que não significa que não possam provocar uma grande devastação, como aconteceu em Tunguska, onde o corpo celeste teria aproximadamente 30 metros de diâmetro e terá explodido 8 km acima da superfície terrestre não tendo atingido directamente a Terra.

Por enquanto, podemos dormir descansados, mesmo que os cientistas detectem a possibilidade de um impacto, não haverá tempo suficiente para poder fazer o que quer que seja, o melhor é nem nos preocuparmos muito com isso.

PUBLICAÇÃO : O COMENDADOR

1 comentários:

Daniel Gomes disse...

Sim é verdade, vivemos numa feliz inconsciência. Apesar das probabilidades de colisão serem reduzidas, não são nulas e tal como nos aviões, quando algo acontece...
Os acontecimentos de Tumbuska não foram vividos de "perto", mas passados alguns anos fizeram-se expedições ao local do epicentro e muito ficaram aterrados com aquilo que viram

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