Rua da Fronteira - Mozelos / São Paio de Oleiros
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
A história que vos vou contar é a história triste de uma rua, cujos dedicados moradores, noutros tempos zelaram com muito carinho, porque é de carinhos que se faz o afecto, tal foi o asseio que sempre fizeram questão de dedicar, que até a apelidaram de Rua das Flores. As suas bermas adornaram-se com lindos canteiros de flores, flores de toda a espécie e de toda a cor.
Quem percorria aquela pacata rua, sinónimo da tranquilidade e do sossego daquele lugar, absorvia serenamente extasiado, os aromas e perfumes que eram emanados pela ligeireza da brisa.
Tudo isto foi assim, durante muito tempo, durante muitos anos... tudo foi belo, tranquilo, relaxante, até que um dia...
Bem um dia, uma dupla de ilustres desconhecidos (um tal de Ferreira da Silva e um outro António Amorim, segundo reza a lenda...contada com o pronome pessoal das coisas obscuras e maléficas), garimpeiros dos tempos modernos, descobriram ali um filão, não do minério que está agora a calcorrear a vossa mente, mas sim um verdadeiro filão do vil metal... do guito ou da guita , do graveto ou da massa, não à Bolonhesa mas talvez à Napolitana, pois que de legal ali nada se apanha....e foi então que a rua entristeceu, as flores murcharam e desapareceram para dar lugar às hortaliças e às ervas aromáticas (regadas com efluentes domésticos, coisa que por ali se passeia em abundância), o alcatrão também desapareceu para dar lugar ao saibro, às pedras, à terra e à lama e às fundas crateras e aos estranhos buracos e aos postes no meio da estrada e aos passeios inacabados e às caixas metálicas destruídas e aos fantasmas e ao deserto e ao isolamento e ao triste fado de quem lá vive, mas que não viveu sempre assim...
E, aos miseráveis garimpeiros e aos irresponsáveis receptadores que tudo destruiram e tudo deixaram destruir e nada compuseram, e às marionetas que se movem e se esperneam para a direita e para esquerda mas nunca para a frente, porque para a frente só se movem os destemidos, não covardes, humildes, pacientes, inimigos da arruaça...
Quem percorria aquela pacata rua, sinónimo da tranquilidade e do sossego daquele lugar, absorvia serenamente extasiado, os aromas e perfumes que eram emanados pela ligeireza da brisa.
Tudo isto foi assim, durante muito tempo, durante muitos anos... tudo foi belo, tranquilo, relaxante, até que um dia...
Bem um dia, uma dupla de ilustres desconhecidos (um tal de Ferreira da Silva e um outro António Amorim, segundo reza a lenda...contada com o pronome pessoal das coisas obscuras e maléficas), garimpeiros dos tempos modernos, descobriram ali um filão, não do minério que está agora a calcorrear a vossa mente, mas sim um verdadeiro filão do vil metal... do guito ou da guita , do graveto ou da massa, não à Bolonhesa mas talvez à Napolitana, pois que de legal ali nada se apanha....e foi então que a rua entristeceu, as flores murcharam e desapareceram para dar lugar às hortaliças e às ervas aromáticas (regadas com efluentes domésticos, coisa que por ali se passeia em abundância), o alcatrão também desapareceu para dar lugar ao saibro, às pedras, à terra e à lama e às fundas crateras e aos estranhos buracos e aos postes no meio da estrada e aos passeios inacabados e às caixas metálicas destruídas e aos fantasmas e ao deserto e ao isolamento e ao triste fado de quem lá vive, mas que não viveu sempre assim...
E, aos miseráveis garimpeiros e aos irresponsáveis receptadores que tudo destruiram e tudo deixaram destruir e nada compuseram, e às marionetas que se movem e se esperneam para a direita e para esquerda mas nunca para a frente, porque para a frente só se movem os destemidos, não covardes, humildes, pacientes, inimigos da arruaça...
Tenham vergonha, seus nojentos trapaceiros! devolvam-nos o encanto e as flores, o asfalto e as cores, mas, atenção seus abomináveis hipócritas! não se esqueçam de nós... a vossa gulodice trespassou-nos como um punhal, mas a arte do engenho do vira e revira nos irá aguçar a ira e vos há-de cravar um punhal também!
Aspecto inverosímil da rua da Fronteira Mozelos/Oleiros
PUBLICAÇÃO : O GADANHA
1 comentários:
decorre o ano 2011 e esta rua continua na mesma é uma pouca vergonha se fosse a porta de alguns mafarrecos não estava asssim
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