Cortiça - APCOR em reflexão sobre a actual crise que o sector atravessa
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
O que se passa com algumas empresas do sector corticeiro é dramático, de um modo geral todo o sector está em crise, crise essa que é anterior ao actual momento de recessão económica, mas que também por isso, se precipitou em queda de forma abismal.
Com o sentido nessa preocupação, o patronato da indústria corticeira reuniu-se na passada quinta-feira na sede da Apcor, para reflectir sobre a situação que o sector enfrenta.
A análise e levantamento dos principais problemas do sector bem como as propostas adiantadas para os solucionar, foi o grande objectivo desta reunião, que segundo rezam as crónicas teve uma participação nunca antes vista.
Com o sentido nessa preocupação, o patronato da indústria corticeira reuniu-se na passada quinta-feira na sede da Apcor, para reflectir sobre a situação que o sector enfrenta.
A análise e levantamento dos principais problemas do sector bem como as propostas adiantadas para os solucionar, foi o grande objectivo desta reunião, que segundo rezam as crónicas teve uma participação nunca antes vista.
Os principais problemas detectados, tiveram em conta a análise de um mercado que se caracteriza por uma forte componente exportadora.
• A tendência futura pode evidenciar alguma perda percentual num mercado de maior dimensão;
• O consumo de vinho tem registado uma tendência globalmente positiva, mas em mercados e segmentos onde a penetração de vedantes alternativos é maior;
• Comparativamente aos vedantes alternativos, a rolha de cortiça perdeu cerca de 30% do mercado em pouco mais de dez anos;
• A inovação e melhor performance da cortiça têm merecido um reconhecimento parcial, mas ainda sem impacto na evolução da actividade.
Por outro lado, circunscrevendo a análise na vida interna das empresas, foi possível encontrar um conjunto de constrangimentos que penalizam diariamente o desempenho das empresas, sendo de destacar:
• Dificuldades penalizadoras a nível fiscal como, por exemplo, os atrasos verificados no reembolso do IVA no inicio de cada ano. Do mesmo modo, o Pagamento Especial por Conta mereceu fortes críticas dos empresários na medida em que se trata de um modelo injusto da tributação de um rendimento que por vezes não existe;
• Dificuldade ao nível das micro e pequenas empresas usufruírem das medidas de apoio públicas que, constantemente, são divulgadas pelo Governo;
• Dificuldades de financiamento junto da banca, com os sucessivos cortes de linhas de financiamento das empresas, acompanhadas com elevados crescimentos dos spreads financeiros;
• Inexistente/deficiente política pública que encare o sector de modo integrado na perspectiva da produção (tutela agricultura) e da transformação (tutela da economia);
• Défice de qualificações continua a ser evidenciado como um problema que agrava o desempenho das empresas.
As soluções que a associação patronal preconiza pra relançar o sector passam por:
• Os apoios públicos devem considerar, prioritariamente, as micro e pequenas empresas, sendo necessário agilizar-se os mecanismos de acesso sendo oportuno envolver-se as associações enquanto facilitadores na respectiva divulgação e implementação desses apoios;
• A redução da carga fiscal do IVA e a eliminação do Pagamento Especial por Conta devem ser concretizadas rapidamente;
• A política pública deve considerar urgentemente a fileira da cortiça de modo integrado, exigindo uma rápida e efectiva coordenação das tutelas da agricultura e da economia;
• A necessidade de dar continuidade ao esforço de marketing do sector através da realização de campanhas de grande dimensão e que considerem os principais mercados e públicos alvo de interesse ao sector. Necessário o envolvimento do apoio público financeiro;
• Reforçar o esforço de inovação encetado pelo sector, nos últimos anos, ao nível dos processos de produção e da melhoria dos produtos, valorizando gradualmente a componente de sustentabilidade social, ambiental e económica do sector.
• Continuar a aposta na melhoria de mecanismos de regulação sectorial à imagem do Systecode – Sistema de acreditação das empresas mediante o Código Internacional das Práticas Rolheiras (CIPR);
• Definição de uma estratégia de valorização dos produtos de cortiça, potenciando um product mix adequado às necessidades da floresta, da indústria e das necessidades actuais dos mercados;
• Potenciar o sobreiro e a cortiça e toda a sua dimensão social, ambiental e económica, enquanto património nacional cujo impacto ultrapassa as nossas fronteiras.
Desta reunião ressalta uma clara noção do esforço que será necessário empreender com o objectivo de reforçar a sustentabilidade e a competitividade do sector.
Neste âmbito é importante que o governo considere alguns apoios às pequenas e médias empresas bem como promova de forma articulada entre o Ministério da Agricultura e da Economia novas políticas para a valorização integrada da fileira da cortiça.
Foram estas resumidamente as impressões e as conclusões que resultaram desta reunião, foi curioso, ou talvez não, verificar que na análise dos problemas que o sector enfrenta, não tenha sido feita a mínima referência à asfixia, a que o colossal grupo económico que domina o sector tem submetido a concorrência.
Isto também revela ao serviço de quem é que se encontra a APCOR, e a subserviência a que se vêem forçados muitos dos associados da agremiação.
Não reflectir sobre o peso desmesurado e desleal que o Grupo Amorim tem na condução deste sector é esconder o sol com uma peneira, e deixar o gato escondido com o rabo de fora.
Apesar do optimismo no futuro demonstrado pelo presidente da associação, a verdade é que este só será risonho, para quem até lá sobreviver.
A orientação actual deixa-me muitas reservas quanto ao futuro, já que a tendência natural é para que diminua drasticamente tanto o número de empresas como de trabalhadores.
PUBLICAÇÃO : O GADANHA
• A tendência futura pode evidenciar alguma perda percentual num mercado de maior dimensão;
• O consumo de vinho tem registado uma tendência globalmente positiva, mas em mercados e segmentos onde a penetração de vedantes alternativos é maior;
• Comparativamente aos vedantes alternativos, a rolha de cortiça perdeu cerca de 30% do mercado em pouco mais de dez anos;
• A inovação e melhor performance da cortiça têm merecido um reconhecimento parcial, mas ainda sem impacto na evolução da actividade.
Por outro lado, circunscrevendo a análise na vida interna das empresas, foi possível encontrar um conjunto de constrangimentos que penalizam diariamente o desempenho das empresas, sendo de destacar:
• Dificuldades penalizadoras a nível fiscal como, por exemplo, os atrasos verificados no reembolso do IVA no inicio de cada ano. Do mesmo modo, o Pagamento Especial por Conta mereceu fortes críticas dos empresários na medida em que se trata de um modelo injusto da tributação de um rendimento que por vezes não existe;
• Dificuldade ao nível das micro e pequenas empresas usufruírem das medidas de apoio públicas que, constantemente, são divulgadas pelo Governo;
• Dificuldades de financiamento junto da banca, com os sucessivos cortes de linhas de financiamento das empresas, acompanhadas com elevados crescimentos dos spreads financeiros;
• Inexistente/deficiente política pública que encare o sector de modo integrado na perspectiva da produção (tutela agricultura) e da transformação (tutela da economia);
• Défice de qualificações continua a ser evidenciado como um problema que agrava o desempenho das empresas.
As soluções que a associação patronal preconiza pra relançar o sector passam por:
• Os apoios públicos devem considerar, prioritariamente, as micro e pequenas empresas, sendo necessário agilizar-se os mecanismos de acesso sendo oportuno envolver-se as associações enquanto facilitadores na respectiva divulgação e implementação desses apoios;
• A redução da carga fiscal do IVA e a eliminação do Pagamento Especial por Conta devem ser concretizadas rapidamente;
• A política pública deve considerar urgentemente a fileira da cortiça de modo integrado, exigindo uma rápida e efectiva coordenação das tutelas da agricultura e da economia;
• A necessidade de dar continuidade ao esforço de marketing do sector através da realização de campanhas de grande dimensão e que considerem os principais mercados e públicos alvo de interesse ao sector. Necessário o envolvimento do apoio público financeiro;
• Reforçar o esforço de inovação encetado pelo sector, nos últimos anos, ao nível dos processos de produção e da melhoria dos produtos, valorizando gradualmente a componente de sustentabilidade social, ambiental e económica do sector.
• Continuar a aposta na melhoria de mecanismos de regulação sectorial à imagem do Systecode – Sistema de acreditação das empresas mediante o Código Internacional das Práticas Rolheiras (CIPR);
• Definição de uma estratégia de valorização dos produtos de cortiça, potenciando um product mix adequado às necessidades da floresta, da indústria e das necessidades actuais dos mercados;
• Potenciar o sobreiro e a cortiça e toda a sua dimensão social, ambiental e económica, enquanto património nacional cujo impacto ultrapassa as nossas fronteiras.
Desta reunião ressalta uma clara noção do esforço que será necessário empreender com o objectivo de reforçar a sustentabilidade e a competitividade do sector.
Neste âmbito é importante que o governo considere alguns apoios às pequenas e médias empresas bem como promova de forma articulada entre o Ministério da Agricultura e da Economia novas políticas para a valorização integrada da fileira da cortiça.
Foram estas resumidamente as impressões e as conclusões que resultaram desta reunião, foi curioso, ou talvez não, verificar que na análise dos problemas que o sector enfrenta, não tenha sido feita a mínima referência à asfixia, a que o colossal grupo económico que domina o sector tem submetido a concorrência.
Isto também revela ao serviço de quem é que se encontra a APCOR, e a subserviência a que se vêem forçados muitos dos associados da agremiação.
Não reflectir sobre o peso desmesurado e desleal que o Grupo Amorim tem na condução deste sector é esconder o sol com uma peneira, e deixar o gato escondido com o rabo de fora.
Apesar do optimismo no futuro demonstrado pelo presidente da associação, a verdade é que este só será risonho, para quem até lá sobreviver.
A orientação actual deixa-me muitas reservas quanto ao futuro, já que a tendência natural é para que diminua drasticamente tanto o número de empresas como de trabalhadores.
PUBLICAÇÃO : O GADANHA
1 comentários:
Mais uma grande a cair de joelhos...Álvaro Coelho paga aos trabalhadores, mas apenas a alguns, os do escritório não receberam ainda nem Dezembro nem Sub de Natal...
Viva o Amorim e a rolha !
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