Agências funerárias - O negócio dos marabus
sábado, 24 de janeiro de 2009
Quem já passou pela árdua experiência de ter que contratar os serviços de uma agência funerária, fica com a estranha sensação que esta actividade se desenvolve em moldes semi-obscuros e nada transparentes.
A este propósito, ouvi há dias uma história que tem tanto de mórbida como de perplexa.
Com a morte de uma pessoa, os familiares para além da consternação e da dor emocional, têm evidentemente que preparar o enterro da pessoa falecida, ora no caso concreto, o infeliz finado terá sucumbido em circunstâncias repentinas, o que levou os familiares, numa tentativa desesperada de prestar auxílio ao seu ente querido, a tentarem prestar-lhe os primeiros socorros e conjuntamente a ligarem para o 112.
Chegaram os bombeiros e infelizmente já nada havia a fazer, sendo posteriormente confirmado o óbito.
Até este ponto nada de anormal, a não ser o trágico e doloroso acontecimento de ver alguém que se despede da vida de forma tão chocante e repentina, o sórdido aconteceu depois, com a vitima ainda a jazer no local onde faleceu, entrou em casa dos familiares um indivíduo que de imediato ofereceu os seus préstimos para a preparação do funeral, tudo isto terá decorrido no espaço de hora e meia desde que foi dado o alarme aos bombeiros até que se apresentou o tal indivíduo sem que nenhum familiar o tivesse chamado.
Isto levanta-me algumas questões acerca do relacionamento entre os bombeiros e as agências funerárias, a situação até nem é nova, nas morgues dos hospitais das grandes cidades é comum as agências funerárias consultarem os familiares de algum finado.
O que para mim é escabroso é que esse conluio entre pelas portas de uma casa adentro, onde uma família acabou de sofrer um choque profundo e que nesse momento não tem condições de estabilidade emocional para decidir acerca do serviço que lhe é proposto, nomeadamente o custo.
Quem já passou por isto sabe que a cobrança que é feita pela prestação deste tipo de serviço, inclui uma panóplia de parcelas que não são discutidas aquando da contratação e que depois de somadas tornam exorbitante o custo total de um simples funeral.
É exactamente neste ponto que eu acho que muitos agentes, verdadeiros velhacos se aproveitam do estado de desequilíbrio emocional das pessoas e são pouco claros na forma como discriminam todas aquelas parcelas.
É só quando chega a conta, que os familiares atónitos com os números apresentados, têm a exacta noção daquilo que efectivamente irão pagar.
Não pretendo aqui desvalorizar a importância que as agências funerárias têm no tratamento burocrático de tudo o que envolve um enterro, o que questiono são os métodos e os meios que alguns utilizam para o fazerem e o aproveitamento imoral que retiram das pessoas em momentos excepcionais de fragilidade psicológica.
Mais entendo que o estado Português deveria ter uma acção mais incisiva na fiscalização e regulamentação deste negócio, impondo um valor máximo para um funeral com a mínima dignidade, uma regulamentação que obrigasse as agências a praticar o funeral social, para as famílias de menores recursos com preços e serviços bem definidos. Sendo dada a possibilidade aos interessados de escolher a forma como pretende realizar as exéquias fúnebres e o preço que pretende pagar pelo serviço. Mais entendo que todas as parcelas que são apresentadas para pagamento sejam objecto de apresentação de respectiva factura, refiro-me a emolumentos burocráticos, ao coveiro, ao padre, à Igreja, à junta de freguesia, ao senhor que segura a cruz nos enterros católicos, ao tocador de sino, às velas, flores, caixão, panos que envolvem as urnas, enfim tudo o que se paga.
Resumindo, neste negócio peca a ausência de transparência e não a necessidade efectiva do serviço, que curiosamente é daqueles que nunca sofre com as crises económicas, mas que muito pouca gente tem predestinação para o fazer.
PUBLICAÇÃO : O GADANHA
A este propósito, ouvi há dias uma história que tem tanto de mórbida como de perplexa.
Com a morte de uma pessoa, os familiares para além da consternação e da dor emocional, têm evidentemente que preparar o enterro da pessoa falecida, ora no caso concreto, o infeliz finado terá sucumbido em circunstâncias repentinas, o que levou os familiares, numa tentativa desesperada de prestar auxílio ao seu ente querido, a tentarem prestar-lhe os primeiros socorros e conjuntamente a ligarem para o 112.
Chegaram os bombeiros e infelizmente já nada havia a fazer, sendo posteriormente confirmado o óbito.
Até este ponto nada de anormal, a não ser o trágico e doloroso acontecimento de ver alguém que se despede da vida de forma tão chocante e repentina, o sórdido aconteceu depois, com a vitima ainda a jazer no local onde faleceu, entrou em casa dos familiares um indivíduo que de imediato ofereceu os seus préstimos para a preparação do funeral, tudo isto terá decorrido no espaço de hora e meia desde que foi dado o alarme aos bombeiros até que se apresentou o tal indivíduo sem que nenhum familiar o tivesse chamado.
Isto levanta-me algumas questões acerca do relacionamento entre os bombeiros e as agências funerárias, a situação até nem é nova, nas morgues dos hospitais das grandes cidades é comum as agências funerárias consultarem os familiares de algum finado.
O que para mim é escabroso é que esse conluio entre pelas portas de uma casa adentro, onde uma família acabou de sofrer um choque profundo e que nesse momento não tem condições de estabilidade emocional para decidir acerca do serviço que lhe é proposto, nomeadamente o custo.
Quem já passou por isto sabe que a cobrança que é feita pela prestação deste tipo de serviço, inclui uma panóplia de parcelas que não são discutidas aquando da contratação e que depois de somadas tornam exorbitante o custo total de um simples funeral.
É exactamente neste ponto que eu acho que muitos agentes, verdadeiros velhacos se aproveitam do estado de desequilíbrio emocional das pessoas e são pouco claros na forma como discriminam todas aquelas parcelas.
É só quando chega a conta, que os familiares atónitos com os números apresentados, têm a exacta noção daquilo que efectivamente irão pagar.
Não pretendo aqui desvalorizar a importância que as agências funerárias têm no tratamento burocrático de tudo o que envolve um enterro, o que questiono são os métodos e os meios que alguns utilizam para o fazerem e o aproveitamento imoral que retiram das pessoas em momentos excepcionais de fragilidade psicológica.
Mais entendo que o estado Português deveria ter uma acção mais incisiva na fiscalização e regulamentação deste negócio, impondo um valor máximo para um funeral com a mínima dignidade, uma regulamentação que obrigasse as agências a praticar o funeral social, para as famílias de menores recursos com preços e serviços bem definidos. Sendo dada a possibilidade aos interessados de escolher a forma como pretende realizar as exéquias fúnebres e o preço que pretende pagar pelo serviço. Mais entendo que todas as parcelas que são apresentadas para pagamento sejam objecto de apresentação de respectiva factura, refiro-me a emolumentos burocráticos, ao coveiro, ao padre, à Igreja, à junta de freguesia, ao senhor que segura a cruz nos enterros católicos, ao tocador de sino, às velas, flores, caixão, panos que envolvem as urnas, enfim tudo o que se paga.
Resumindo, neste negócio peca a ausência de transparência e não a necessidade efectiva do serviço, que curiosamente é daqueles que nunca sofre com as crises económicas, mas que muito pouca gente tem predestinação para o fazer.
PUBLICAÇÃO : O GADANHA
1 comentários:
Escrevo este comentário para pedir desculpa a esta familia pelo meu colega, que com a falta de ética deixou mal o sector Funerario, sou agente funerario e venho ilucidar que nem todos os agentes funerarios são assim, sabemos que existe estas situações mas pedimos que não nos julguem todos por igual, já agora uma informação a este SR., já existe funeral social com o custo de 366.50€ para casos pontuais de familias ou pessoas carenciadas.
Na nossa profisão existe individuos que não têm ética nem moral para exercer esta profisão, pois um dos grandes males é a falta de fiscalização e a concorrência desleal que tais agentes funerarios praticam,
já existe formação profissional pois este sector este se a transformar-se e a profissionalizar-se mas existem algumas ervas daninhas.
Por isso peço desculpa em mone de todos os agentes funerarios honestos existem ainda neste pais.
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