Os bairros da Bela Vista e da fealdade míope...
terça-feira, 12 de maio de 2009
Ensina-nos a física através da terceira lei fundamental da mecânica, proposta por Isaac Newton, também chamada de princípio da acção e da reacção, que nas interacções de força entre dois corpos, sempre que um corpo aplica uma determinada força (acção) noutro corpo, recebe deste último uma força (reacção) na mesma direcção, intensidade e sentido oposto.
A interpretação deste princípio nunca se presumiu muito pacífica e gerou sempre alguma controvérsia e dúvida entre as pessoas que não dominam estas matérias de forma cabal.
Tem este pequeno preâmbulo a intenção de introduzir a minha perspectiva dos factos e dos incidentes que marcaram o último fim-de-semana, no Bairro da Bela Vista em Setúbal.
Espanta-me que alguém procure remeter os problemas ali ocorridos para a esfera social, procurando desviar os tumultos desordeiros perpetrados por alguns bandos de marginais da esfera criminal.
A segurança de pessoas e bens é um dos princípios fundamentais de um estado de direito, livre e democrático e como tal compete à autoridade do estado fazer cumprir esses desígnio.
Aos cidadãos cumpre-lhes a responsabilidade de saber conviver com esses princípios socialmente aceites pela maioria das pessoas, aqui podemos fazer valer a velha máxima de que a liberdade de um individuo termina quando colide com a liberdade dos outros.
Que razão assiste a um grupo de pessoas para disparar contra uma esquadra de polícia?
Que razão assiste a um grupo de pessoas para provocar a desordem e o caos nas ruas de um aglomerado populacional, privando a maioria dos moradores da liberdade, da tranquilidade e da segurança a que têm direito?
Eu não quero para o meu país e para a sociedade onde me insiro um estado securitário, com a polícia a interferir na liberdade individual de cada um, mas quero um estado que me garanta as condições de liberdade, de mobilidade e tranquilidade a que tenho direito.
Dizer genericamente que os problemas dos bairros sociais, se devem à pobreza , à exclusão e ao desemprego, até será verdade e será realista e racional concluir que este tipo de problemas não se resolve com polícia. Resumir o problema a esta fórmula parece-me leviano e demonstra uma forma demagógica de encarar a resolução da questão. As primeiras vítimas dos antros de marginalidade que proliferam nos bairros sociais são os próprios moradores, idosos e desprotegidos que vêm o seu património físico e material constantemente ameaçado por grupos de energúmenos que fazem do banditismo e da sensação de impunidade um modo de vida e que vão engrossando todos os dias as suas fileiras com o recrutamento de novos falangistas.
Se o problema deve ser encarado a montante eu não tenho dúvidas , mas para males urgentes exigem-se igualmente respostas urgentes que não podem adiar eternamente os problemas das pessoas humildes, sérias e pacíficas que constituem a grande maioria das que vivem nestes espaços.
Ainda recentemente, no Bairro Social Riomaior-Regadas em Paços de Brandão, um casal de idosos foi vítima de um terrífico atentado em sua própria casa, que só por milagre não se saldou na morte das duas pessoas.
Isto aconteceu porque um dos membros desse casal, cansado e desesperado pelo medo, pela insegurança e pela intranquilidade, resolveu queixar-se às autoridades dos movimentos contínuos até altas horas da madrugada que existiam dentro do prédio onde vivia, privando-a dos mais elementares direitos ao sossego e ao descanso. As represálias logo se revelaram por parte de quem não é digno de viver em sociedade, no meio de pessoas livres. A besta e todas as outras bestas, desempregados por profissão, mas traficantes de droga , assaltantes e mal-feitores por opção da "boa-vida", logo trataram de fazer a vida negra ao casal, insultando-os a todo o momento, escarrando e deixando mensagens insultuosas e de ameaça na porta de casa e que culminou na deposição de um engenho explosivo junto à janela do quarto do casal. A vizinhança civilizada temendo a mesma sorte nas represálias remeteu-se ao temor dos susurros silenciosos e da surdina gritante, fazendo lembrar tempos que se pensavam já inumados há 35 anos.
Então isto é um problema social ou é um problema criminal e de convivência civilizacional?
Que diferença existe entre o bairro da Bela Vista, os bairros da Amadora, os bairros problemáticos do Porto e os bairros sociais de Santa Maria da Feira? salvaguardando as devidas proporções na dimensão e no número, as principais vitimas da extorsão da liberdade partilham muito de comum entre si.
Se existem pessoas apostadas em não respeitar a liberdade e a integridade física dos outros , sob as mais variadas formas então, a bem da comunidade só podem ser julgados e privados da sua própria liberdade e ponto final...tudo o resto é demagogia e hipocrisia de quem desconhece a realidade destes espaços, ou então vive na apologia da ideologia desbaratada de racionalidade, esquecendo as pessoas e propagandeando a sua perspectiva como sendo herdeira de uma génese partidária facciosa e imutável .
PUBLICAÇÃO: O GADANHA
A interpretação deste princípio nunca se presumiu muito pacífica e gerou sempre alguma controvérsia e dúvida entre as pessoas que não dominam estas matérias de forma cabal.
Tem este pequeno preâmbulo a intenção de introduzir a minha perspectiva dos factos e dos incidentes que marcaram o último fim-de-semana, no Bairro da Bela Vista em Setúbal.
Espanta-me que alguém procure remeter os problemas ali ocorridos para a esfera social, procurando desviar os tumultos desordeiros perpetrados por alguns bandos de marginais da esfera criminal.
A segurança de pessoas e bens é um dos princípios fundamentais de um estado de direito, livre e democrático e como tal compete à autoridade do estado fazer cumprir esses desígnio.
Aos cidadãos cumpre-lhes a responsabilidade de saber conviver com esses princípios socialmente aceites pela maioria das pessoas, aqui podemos fazer valer a velha máxima de que a liberdade de um individuo termina quando colide com a liberdade dos outros.
Que razão assiste a um grupo de pessoas para disparar contra uma esquadra de polícia?
Que razão assiste a um grupo de pessoas para provocar a desordem e o caos nas ruas de um aglomerado populacional, privando a maioria dos moradores da liberdade, da tranquilidade e da segurança a que têm direito?
Eu não quero para o meu país e para a sociedade onde me insiro um estado securitário, com a polícia a interferir na liberdade individual de cada um, mas quero um estado que me garanta as condições de liberdade, de mobilidade e tranquilidade a que tenho direito.
Dizer genericamente que os problemas dos bairros sociais, se devem à pobreza , à exclusão e ao desemprego, até será verdade e será realista e racional concluir que este tipo de problemas não se resolve com polícia. Resumir o problema a esta fórmula parece-me leviano e demonstra uma forma demagógica de encarar a resolução da questão. As primeiras vítimas dos antros de marginalidade que proliferam nos bairros sociais são os próprios moradores, idosos e desprotegidos que vêm o seu património físico e material constantemente ameaçado por grupos de energúmenos que fazem do banditismo e da sensação de impunidade um modo de vida e que vão engrossando todos os dias as suas fileiras com o recrutamento de novos falangistas.
Se o problema deve ser encarado a montante eu não tenho dúvidas , mas para males urgentes exigem-se igualmente respostas urgentes que não podem adiar eternamente os problemas das pessoas humildes, sérias e pacíficas que constituem a grande maioria das que vivem nestes espaços.
Ainda recentemente, no Bairro Social Riomaior-Regadas em Paços de Brandão, um casal de idosos foi vítima de um terrífico atentado em sua própria casa, que só por milagre não se saldou na morte das duas pessoas.
Isto aconteceu porque um dos membros desse casal, cansado e desesperado pelo medo, pela insegurança e pela intranquilidade, resolveu queixar-se às autoridades dos movimentos contínuos até altas horas da madrugada que existiam dentro do prédio onde vivia, privando-a dos mais elementares direitos ao sossego e ao descanso. As represálias logo se revelaram por parte de quem não é digno de viver em sociedade, no meio de pessoas livres. A besta e todas as outras bestas, desempregados por profissão, mas traficantes de droga , assaltantes e mal-feitores por opção da "boa-vida", logo trataram de fazer a vida negra ao casal, insultando-os a todo o momento, escarrando e deixando mensagens insultuosas e de ameaça na porta de casa e que culminou na deposição de um engenho explosivo junto à janela do quarto do casal. A vizinhança civilizada temendo a mesma sorte nas represálias remeteu-se ao temor dos susurros silenciosos e da surdina gritante, fazendo lembrar tempos que se pensavam já inumados há 35 anos.
Então isto é um problema social ou é um problema criminal e de convivência civilizacional?
Que diferença existe entre o bairro da Bela Vista, os bairros da Amadora, os bairros problemáticos do Porto e os bairros sociais de Santa Maria da Feira? salvaguardando as devidas proporções na dimensão e no número, as principais vitimas da extorsão da liberdade partilham muito de comum entre si.
Se existem pessoas apostadas em não respeitar a liberdade e a integridade física dos outros , sob as mais variadas formas então, a bem da comunidade só podem ser julgados e privados da sua própria liberdade e ponto final...tudo o resto é demagogia e hipocrisia de quem desconhece a realidade destes espaços, ou então vive na apologia da ideologia desbaratada de racionalidade, esquecendo as pessoas e propagandeando a sua perspectiva como sendo herdeira de uma génese partidária facciosa e imutável .
PUBLICAÇÃO: O GADANHA
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