Santa Maria de Lamas - Colégio Liceal suspende alguns alunos

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A direcção do colégio liceal de Santa Maria de Lamas anunciou a suspensão de alguns alunos, por estes alegadamente terem sido apanhados a fumar uns "charros" no parque.

Quem conheceu e conhece o colégio de Santa Maria de Lamas, sabe que a sua direcção continua assente numa matriz conservadora e moralista, que com desfaçatez tem perdurado no espaço e no tempo.

A punição pelo consumo de drogas leves, já há muito que deixou de constar das sentenças proferidas pelos tribunais.

Neste caso concreto, mesmo sem lhe conhecer todos os contornos, é realçado desde logo o facto dos alunos poderem ser suspensos, por terem consumido de forma visível drogas, num espaço totalmente alheio às instalações do estabelecimento de ensino.

Isto parece-me antes de mais, uma ingerência da instituição na liberdade e na responsabilidade do comportamento de cada indivíduo, perante as regras que regem a nossa sociedade, para isso existem os tribunais.

Parece-me uma tremenda hipocrisia, aplicar suspensões sumárias a alunos, quando apesar de toda a carga de moral e de valores que se pretendem incutir, alicerçados num regulamento interno, esbarram na própria lei do estado, ainda que aos olhos de alguns encarregados de educação, a medida seja tida como exemplar e preventiva.

Que moral têm alguns alienados de memória, em aplicar sanções quando, eles próprios ou alguém muito próximo deles, num passado não muito distante, também se aventuraram no submundo do consumo de "charros"? É que o consumo de droga transversa as castas sociais, sejam elas de valores religiosos, económicos ou políticos.

O Colégio de Santa Maria de Lamas, apesar de ter granjeado um estatuto de referência no ensino local, não é diferente de muitos outros estabelecimentos que estão espalhados pelo país.

O conjunto da sua população estudantil reflecte a sociedade onde se insere, não importa aqui introduzir modelos moralizadores gastos, quando não se pretende combater as causas.
O conceito da repressão paliativa jamais se conseguirá impor ao conceito da educação preventiva.

Nesse âmbito o colégio de Santa Maria de Lamas poderia e deveria fazer muito mais, independentemente de ser de gestão privada ou não, de ter mais obrigação ou não que a escola pública, a verdade é que o seu funcionamento só tem sido possível em grande medida, pela recepção avultada de dinheiros do erário público, logo, também lhe compete romper com alguns tabus e abordar de forma aberta algumas questões pertinentes na sociedade estudantil, e porque não dizê-lo da sociedade em geral, como a droga, a educação sexual , o racismo e a xenofobia, a liberdade pela opção religiosa, etc, etc... discutir estes temas nunca será demais, para jovens sempre ávidos de conhecer as respostas para as questões que os inquietam, respostas essas que têm dificuldade em obter em casa, mas também na escola, o que os transporta muitas vezes para caminhos tortuosos em busca do conhecimento.

A população local tem sofrido, ainda que de forma mais ou menos discreta, de uma acentuada degradação das condições sociais.

O desemprego, o endividamento das famílias, a precarização e a instabilidade nas relações laborais, a falta de oportunidades no primeiro emprego, a marginalização social, que neste concelho assume contornos perturbadores, mesmo entre as classes mais baixas, são factores que estão no topo das preocupações e que condicionam as famílias no inter-relacionamento com os seus membros. Cada vez é mais complicado para os encarregados de educação poderem acompanhar devidamente os seus educandos em todas as vertentes, que acompanham o seu percurso escolar.

É um legado que nos tem sido imposto pelas exigências e pela pressão do trabalho, em nome de um qualquer progresso social que só serve os interesses dos capitalizadores da riqueza que esse mesmo trabalho gera.

Não estranha pois, que das convulsões sociais latentes que se avizinham, vão surgindo pequenos favos de pólvora, que desafiam de forma provocadora o accionar da ignição.

Aquilo que realmente espanta, é que nem do magistério superior que nos comanda a vida terrena, nem daqueles que lhe aspiram o lugar, se vislumbrem medidas que respondam afirmativamente aos anseios do bem comum.

PUBLICAÇÃO : O GADANHA

11 comentários:

Pedro Oliveira disse...

Eu estudei no CLSML e tambem no Liceu da Feira e a unica coisa que me cabe dizer é só uma, muitos parabens a direção.
O parque tambem pertence as instalações do referido estabelecimento, não ha seguraças a circular nos porques de hipermercados? Porque será? Se calhar porque os parques tambem pertencem aos ditos hipermercados.
O argumento da liberdade e da sociedade nada mais serve que justificar os maus comportamentos em ambiente social, querem fomar charadas?! Porque não o fazem em casa?!
Pulso forte de uma direção familiar foi o que sempre marcou a minha passagem pelo CLSML, e não foram 2 nem 3 anos, foi do 5º ao 11º. Quanto ao Liceu da Feira, 15 dias depois do inicio das aulas ja me tinha arrependido de tal mudança... Simplesmente sem comentários.
Hoje em dia com 27 anos casado e com um bebé ainda é o tempo que tenho saudades do que vivi em Lamas.
Esta é a visão de que já por lá passou e conhece bem todos as cantos a casa.
Comprimentos.

O Comendador disse...

Caro Luís,
Antes de mais seja bem-vindo a este espaço e para começar permita-me que lhe diga:

- Que grande confusão geográfica vai aí na sua cabeça!
A fundação que gere actualmente o colégio de Lamas, talvez até nem enjeitasse a possibilidade de tomar posse do parque de Lamas, mas esse por enquanto ainda pertence à freguesia.
Os miúdos em questão foram suspensos, por uma alegada situação que aconteceu fora do recinto do colégio e fora do período de aulas. Os miúdos foram identificados pela GNR e um deles foi detido, mas tudo se passou, repito, fora das instalações do colégio.

Por isso é que julgo que a punição foi abusiva e sumária, para não dizer ilegal, já que os miúdos não cometeram nenhum acto contrário ao regulamento interno do colégio.
Se o meu caro, diz que conhece bem o colégio, não o conhece melhor do que eu e posso dizer-lhe que as orientações da actual direcção são as mesmas de sempre. Continuam com os mesmos instintos pidescos e salazarentos, que os caracterizam desde a sua fundação.
Quando refere o pulso forte deve estar a rever-se no tempo da outra senhora, mas esse tempo esfumou-se tal como a erva.

Se os miúdos cometeram algum ilícito teria que ser a justiça civil a determinar o castigo, mas pelos vistos nada disto se passou.
A direcção do colégio é que numa atitude prepotente e completamente descabida resolveu suspendê-los das aulas, chegando ao cúmulo de os expôr perante todos os outros alunos, como se de criminosos se tratassem, tudo em nome da moral e dos bons costumes (bacocos acrescento eu!)

Cumprimentos

Pedro Oliveira disse...

De facto houve um erro,não geografico mas de interpretação, uma vez que julguei o parque não como O Parque da fregesia mas sim o parque da escola.
Bem, eu quando lá estudava lembro-me de ser lido o regulamento e estar bem expicto que, qualquer acto que seja realizado quer no caminho: casa -> escola, quer, escola -> casa é da inteira responsabilidade da direcção do Colégio, ficou celebre e clara esta regra quando nós enquanto estudantes no ultimo dia de aulas tivemos a faliz, ou então não, ideia de atirar os nossos cadernos e afins excepto livros pela janela fora dos autocarros enquanto iamos embora. No dia anterior ao fim do ano lectivo foi lida uma circular onde dizia claramente que os alunos seriam punidos mesmo ja estando fora da escola.

Basta ver o codigo do trabalho, esta lá claro que qualquer acidente que ocorra com o trabalhador estando este no seu horario de trabalho é da responsabilidade do patrão mesmo que o empregado esteja fora da empresa. Isto é so um exemplo.

Não venho aqui punir os ditos alunos, eu tambem fiz das minhas no Colégio enquanto lá andei, apenas acho que a repreenção e os métodos punitivos são validos, se não houver punição então vivemos numa anarquia total.

Pedro Oliveira disse...

Quanto ao regulamento interno! Ainda é proibido fumar no colégio não é?!
Sim se, charros tambem se fuma não fuma?

Anónimo disse...

Caro Gadanha,
Se tivesse um filho a estudar no CLSML ficaria deveras satisfeito por haver nessa instituição quem consumisse drogra (charros ou afins) em locais contíguos a esta instituição. Estando estas ao alcanse do seu filho para o poder iniciar na marginalização.
Só deixo aqui mais um comentário, fiz toda a minha carreira do 5º ao 12º ano neste colégio, hoje sou licenciado e tenho imenso orgulho em ter estudado lá. Na minha altura também proibiam tudo e mais alguma coisa (até encostar nas paredes)e tive de me adaptar às regras da escola. No meu último dia no colégio participei num forum, onde nos questionaram se um dia era esta a escola que queriamos para os nossos filhos e a resposta foi unanime, todos disseram que sim....
Por isso "isto é tudo muinto bonito porque a malta é jovem e ker é curtir!" mas trata-se de uma escola e as pessoas devem estar lá para aprender, para um dia serem alguém na vida e com os VALORES da sociedade bem presentes.

O Comendador disse...

Para o Luís:
Meu caro, vamos ver se nos entendemos, um regulamento interno pressupõe aplicabilidade dentro do seu espaço de acção, ou seja o regulamento interno é para ser aplicado internamente no colégio. O meu caro, faz uma série de divagações demasiado confusas; mistura código de trabalho com regulamentos internos, enfim... sempre lhe digo que Portugal é um estado de direito, como tal, nenhum regulamento interno se sobrepõe à lei, se assim fosse então sim, isto virava uma anarquia e cada qual fazia vigorar os regulamentos que lhe aprouvesse!
De todo o modo, a questão do regulamento é irrelevante neste problema.

Para O Pedro:
Dou-lhe as boas vindas, caro Pedro.
Sempre me pautei neste espaço, por escrever abertamente a minha opinião. Assim sendo, começo por lhe dizer que na sua primeira frase coloca o verbo no condicional, pois eu vou colocar o verbo no presente, eu tenho um filho a estudar no CLSML.
Deve desde já dissuadi-lo de pensar que o meu educando seja um dos alunos envolvidos neste caso, do mesmo modo e com a mesma abertura e franqueza lhe digo, que não conheço o nome de nenhum dos alunos que foram castigados.

Feito o esclarecimento, quero que saiba que o compreendo na perfeição, assim como todos os pais que manifestaram o seu agrado pela atitude do colégio e seria de todo um inconsciente se não partilhasse a mesma preocupação que o meu caro demonstra, relativamente à droga.
Eu frequentei o Colégio de Lamas durante os anos 80 e já nessa altura havia quem consumisse drogas junto ao Colégio.
Esta questão deve ser tratada num âmbito mais familiar, e desengane-se o senhor de pensar que o Colégio com esta atitude irá livrar quem quer que seja de cair nas malhas da droga.
Nós como educadores temos a obrigação de estar atentos aos nossos filhos e não delegar essa responsabilidade a terceiros neste caso à escola.
Na verdade quem sentir tranquilidade pelos seus filhos estarem à guarda de terceiros, só demonstra a sua fragilidade na percepção dos acontecimentos.

Cumprimentos,

NAS disse...

Como natural da freguesia, e tendo efectuado feito o percurso do 5º ao 12º ano na escola em causa entre os anos 80 e 90, este assunto suscitou-me algum interesse pelo que aqui deixo a minha breve opinião em forma de sublinhas.
- É de bom senso que todos tenham a liberdade a que têm direito neste país.
- É de bom senso que os miúdos desde o 5º até ao 12º ano (dos 10 aos 17, 18,...) possam fazer o que querem, porque são livres (desde que respeitem a lei obviamente).
- É de bom senso que miúdos dos 10 aos ... partilhem as mais diversas experiências, porque afinal de contas são miúdos e estão na idade da aprendizagem.
- É de bom senso que esses miúdos tracem as suas metas e objectivos com base nas experiências adquiridas e partilhadas.
- É de bom senso que o CLSML propicie todas as condições para que os seus alunos possam absorver todas as experiências que a vida lhes possa proporcionar, para que assim sejam capazes de decidirem bem quanto ao seu futuro.
- É de bom senso que os miúdos tenham futuro.

Cumprimentos,
Nuno

Pedro Oliveira disse...

A ver se me faço entender agora a escrever com mais calma visto não estar a trabalhar.

A referencia ao código do trabalho foi apenas para exemplificar que há regulamentos e leis que prevalencem mesmo fora dos suas "paredes". Foi apenas isto.

Quanto aos alunos, eu não estou a croxifacar ninguem, apenas defendo que a actitude de resposta da direcção foi á altura do que eu estaria a espera e foi aquela a que eu fui habituado, onde no tempo em que lá estudei nem nos corredores podiamos estar fora do horario das aulas excepto se chove-se.

Julgo que o que Pedro quis dizer foi que, não gostaria de saber que na instituição de ensino onde o filho anda se foma charros em espaços contiguos á escola, uma vez que defender que o Parque não pertence ao colegio não é argumento válido uma vez que todos sabemos que aquele espaço é frequentado por alunos da instituição de forma livre como se do próprio colégio se trata-se e não vamos esquecer que o próprio parque e cólegio quase se confundem o museu pertence ao parque e encontra-se dentro das instalações deste. Sou do tempo em que as reuniões dos directores de turma eram numa sala do museu e muitas das minhas aulas tinham lugar em salas contiguas ao mesmo.

Quanto a juventude de hoje, me parece que vive cada vez mais para a defesa das suas liberdades sem saberem que tem tambem deveres. Falar em pedagogia é mais um conceito que os jovem usam para poderem continuar sem responsabilidades, ora vejamos, eles não sabem que a droga provoca varios problemas a sua vida?!

Offtopic: É como a educação sexual nas escolas, mas será que aqueles jovens que defenden a educação sexual não sabem como se fazem os bébes e quais os problemas que podem advir de relações sem preservativo? Não me parece, O importante é curtir e depois é o ai jesus que ela esta prenha e o problemas esta na educação sexual, e os pais onde estavam? De não esquecer a aluna que gravou um video peseudo erótico que o namorado passou aos amigos.

O problemas dos charros e do colégio não diz repeito ao regulamento desta ou daquela escola mas é sim um problema de geração.

Tal como disse não estou a croxificar ninguem apenas a dar a minha opinião.

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

Este é o 1º ano que os meus filhos estão a frequentar O COLÉGIO DE LAMAS......e uma coisa vos posso garantir...se acham que este estabelecimento de ensino tem boas práticas então verifica-se que realmente esta gentinha curta de mente e de valores não conhece nenhuma outra realidade relativamente ao ensino....esta gentinha absorve tudo o que supostas referências vomitam....Começando pela direcção e acabando em alguns professores....este estabelecimento de ensino é PURAMENTE ELITISTA.....nÃO TÊM QUALQUER CAPACIDADE OU ATÉ MESMO VALORES MORAIS PARA ensinarem seja quem fôr...muito menos crianças e adolescentes......desde a D. Filipa Vieira e seu irmão Nuno Vieira...sim porque não lhes reconheço qualquer tipo de titulo académico pois são 2 pessoas tão desprovidas de bom senso e de pedagogia que até dá dó....Isto é uma Instituição que só consegue manter as portas abertas graças ao contrato de associação estabelecido com o Ministério da Educação.....Eu que conheço bem o ensino público e o privado...pois os meus filhos frequentaram os melhores colégios privados do Porto até certa altura do seu percurso académico e depois o público, tenho-vos a dizer que sem mínima margem de dúvidas este Colégio é o pior que conheci....e deixa muito a desejar em comparação com o público e se comparado com outros colégios privados então a distancia é abismal. É normal para quem nunca conheceu mais nada a não ser este colégio que o ache o melhor...mas por favor...deixem de ser tão curtos de mente....deixem de ser pequenos...deixem de ser gentinha da terrinha.....abram os vossos horizontes...ensinem os vossos filhos a terem opiniões próprias....vivemos num regime democrático não numa ditadura.....Eu como encarregado de educação podem crêr que os meus filhos só se mantêm neste colégio este ano lectivo...porque não quero os meus filhos a frequentarem um estabelecimento de ensino que incute desde muito cedo o elitismo e a descriminação.....Um estabelecimento de ensino em que até a própria direcção é completamente desprovida de bom senso e pedagogia 2 item que deveriam prevalecer acima de tudo...visto que é um estabelecimento de ensino....PORTANTO este estabelecimento de ensino não tem nenhuma das características essenciais para conseguir formar algum aluno devidamente, seja a nível de valores ou até a nível de bom senso...pois os Docentes que mais exemplo deveriam dar são precisamente aqueles que denegrinem a imagem de qualquer estabelecimento de ensino.

Anónimo disse...

Concordo com tudo o que o Anónimo disse. Mas , e existe sempre um mas, ficaria muito contente se soubesse que algum conheccido meu passasse pelo meu filho e o visse a fazer asneiras, que lhe desse 2 bofetadas e o tirasse dessa situação. Eu próprio quando vejo algum colega dos meus filhos em situações que não concordo chamo a atenção, mesmo que não saiba qual vai ser a reacção dos pais. Mas criança, miudo que esteja a fazer asneira é como se de um filho meu se tratasse.

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