Reflexões - Os paradoxos da democracia

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Se a palavra democracia no seu sentido literal significa o poder do povo, significa igualmente, que cada indivíduo enquanto componente dessa amálgama social (povo), abdica do seu poder quando deposita o seu voto na urna, é verdade que esta abdicação, num sistema dito democrático é sempre por tempo limitado, mas não deixa de ser uma auto-exclusão do centro de poder.

Não deixa de ser paradoxal, que a liberdade de voto e de escolha que nos é permitida pelos regimes democráticos, o deixe de ser assim que exercemos esse direito e colocamos o voto na urna.

Que mecanismos têm ao seu dispor, uma larga maioria de cidadãos que deixou de se rever nas pessoas a quem confiou o seu voto? como se reverte esta situação? temos ou não legitimidade para admitir que nos enganamos? temos ou não democracia para reflectir-mos sobre esta questão?

Claro que nenhuma forma de governação conseguiria vingar, se fosse sujeita à pressão constante do escrutínio permanente. No entanto, se a constituição de uma larga maioria de cidadãos permitisse destituir um Governo ou a Assembleia da República, talvez os seus representantes eleitos servissem melhor o povo e dessa forma contribuiriam para aprofundar a prática do conceito clássico de democracia.

A constituição permite que o Presidente da República possa destituir Governos e a própria Assembleia da República, mas ao fazê-lo o Presidente da República torna-se no supremo ditador democrático, já que toma decisões pessoais em nome do Povo.

Assim, sendo só nos resta ser mais participativos, porque infelizmente, estamos reféns na intervenção democrática durante 4 anos menos 1 dia.

Ao termo democracia, talvez melhor se aplicasse o simbolismo da trilogia da revolução Francesa:

Igualdade, Liberdade, Fraternidade!

A ausência de um destes elementos, redundará numa democracia ditatorial e na apatia vegetativa do cidadão perante o regime.


PUBLICAÇÃO : O GADANHA

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