Aluno de 15 anos espanca auxiliar na EB 2,3 Paços de Brandão

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Três casos de agressão só neste ano

Uma auxiliar de acção educativa da EB 2,3 de Paços de Brandão, Santa Maria da Feira, foi espancada a murro e a pontapé por um aluno, de 15 anos, na portaria do estabelecimento de ensino. Foi a segunda vez que Fátima Almeida, de 51 anos, foi agredida.

Mas, mesmo assim, prefere o silêncio para não arriscar um processo disciplinar. Ao CM apenas confirmou o caso e deixou escapar um lamento: "Trabalhei numa escola no bairro do Cerco, no Porto, e nunca me aconteceu nada disto."

O presidente do conselho executivo da EB 2,3, Rafael Barros, confirma os incidentes, mas diz que a última situação "está a ser empolada".

O caso remonta a 14 de Novembro e desde então a auxiliar tem estado de baixa médica. Segundo alguns amigos, "por causa das lesões, mas também por se sentir psicologicamente debilitada".

A agressão terá começado ao final da tarde quando um aluno, primo do agressor, que perdeu o autocarro, ameaçou a auxiliar dizendo que ela teria de o levar a casa, por ter perdido o autocarro. Fátima Almeida pediu-lhe respeito e foi aí que o primo do aluno resolveu entrar na discussão, ameaçando que lhe "fazia a folha". A auxiliar não se intimidou e tentou tirar o aluno do interior da portaria. Aí começaram as agressões.

"Ele deu-lhe um violento empurrão, ela caiu de costas, e ele, não satisfeito, começou a agredi-la com murros e pontapés nos braços e cabeça. Só parou quando o primo lhe disse que já chegava", contou ao CM fonte ligada à escola. Fátima Almeida tentou fugir para pedir socorro, mas desmaiou pelo caminho e só acordou no hospital.

O aluno continua a frequentar a escola, o que revolta os auxiliares da mesma, que dizem ter medo de serem também agredidos.

Actualmente, entre os alunos o agressor é visto como um herói, o que faz aumentar a revolta dos funcionários e também de encarregados de educação.

A juntar a esta agressão, soma-se no último ano a violência sobre outras duas auxiliares por alunos, na altura suspensos de ir às aulas. No processo cível, os casos foram arquivados por os alunos serem menores.

Após a última agressão, um grupo de pais e os funcionários da EB 2,3 pediram uma reunião de emergência com a direcção da escola. Foram aconselhados, pelo responsável, a não reagir às provocações dos alunos e a ignorar as ameaças.

Comentário do Comendador:

"Infelizmente estes casos multiplicam-se pelo país fora e não estão dissociados dos graves desequilíbrios sociais e culturais que caracterizam o nosso país, onde a irresponsabilidade impera a todos os níveis e cujos reflexos ficam bem patentes. Atenção que isto não acontece só na escola pública, no ensino privado o cenário não será de todo melhor.

Porém, este caso tem uma gravidade extrema que faz com que a posição assumida pelo director da EB 2,3 de Paços de Brandão seja censurável e vergonhosa.

Se a solução é "abafar" estes casos, significa isto, que estes senhores têm orientações superiores para o fazer (talvez da DREN) ou então são mesmo incompetentes, o que nos permite especular sobre o que se pretende esconder na EB 2,3 de Paços de Brandão."


Fonte : Correio da Manhã

PUBLICAÇÃO: O COMENDADOR

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