Ricardo Araújo Pereira - Boca do Inferno
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
E agora estamos no ponto em que entra em cena a injustiça: Oliveira e Costa foi acusado de burla agravada, falsificação de documentos, fraude fiscal e branqueamento de capitais. Quem o acusa de enriquecimento ilícito só pode desconhecer o seu desarmante altruísmo. Segundo o Correio da Manhã, em Março deste ano, Oliveira e Costa divorciou-se da mulher com quem era casado havia 42 anos, e passou os bens para o nome da senhora. Muito embora o divórcio se tenha realizado por mútuo consentimento, não deixa de ser admirável que um homem premeie a mulher de forma tão generosa na hora da separação. Trata-se do rigoroso oposto do «golpe do baú»: o objectivo não é casar para ficar rico, é divorciar-se para enriquecer o cônjuge. Que um homem tão desprendido dos bens materiais seja acusado daqueles crimes é simplesmente revoltante.
E é em alturas como esta que damos por nós a pensar que, quando os homossexuais tentam fazer pouco da nobre instituição do matrimónio, reivindicando o direito a casar, esquecem que o casamento não é uma brincadeira, nem um contrato sem significado que possa ser alargado às pessoas do mesmo sexo. O casamento é uma união sagrada entre um homem e uma mulher que partilham um projecto de vida comum, e essa união persistirá eternamente a menos que a polícia queira engavetar um dos cônjuges ao fim de 42 anos e levar-lhe a massa que ele acumulou indevidamente. Os homossexuais que não queiram vir corromper o instituto com que o Estado premeia as pessoas que formam o núcleo essencial da sociedade. Era o que
A ambição moderna é divorciar-se de um banqueiro. Sendo menos aviltante, consegue ser mais lucrativo.
Fonte : Visão
PUBLICAÇÃO : O COMENDADOR
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