Francisco Louçã e o futuro
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Chegou a hora de o Bloco de Esquerda assumir-se como a terceira força política de Portugal. Um movimento político tão novo e com tanta pujança nacional, deixa qualquer um estupefacto. Algo ainda mais intrigante prende-se com o potencial que existe para o conflito interno, tal é a diferença de ideologias de algumas facções, mas transformam essa adversidade numa potencialidade, uma vez que os diferentes pontos de vista são expressos, “sem tento na língua”, realizando-se um esforço de congregação de ideias que capta adeptos no exterior. Assim, PSR (Partido Socialista Revolucionário), a UDP (União Democrática Popular) e o Política XXI congregam-se num só e fazem as delícias dos dissidentes do Partido Comunista, Partido Socialista e mais diversos partidos de extrema-esquerda.
A crise anda na boca do mundo e as suas consequências são mortíferas para os trabalhadores e mais pobres. Como invoquei em post´s anteriores é nestas alturas que surgem os populistas e oportunistas, os pregadores de um mundo melhor que possuem soluções extraordinárias, soluções essas que só têm benefícios e poucas ou nenhumas consequências. Não estou a chamar populista a Francisco Louça, mas a sua atitude constante de contra-poder não fará sentido eternamente, visto que, se o eleitorado lhe garantir a terceira posição nas eleições legislativas, não lhe bastará criticar a banca, os patrões e o governo; terá de expor as consequências de uma nacionalização total da banca, as consequências da limitação dos despedimentos nas empresas com ou sem lucro e as consequências de um governo de esquerda, pura e dura, como seria o seu.
Não existem soluções milagrosas e Francisco Louça não é o messias “D. Sebastião”, pelo que se o rótulo de populista e demagogo quer evitar, urge ser mais esclarecedor. Não tenho nada contra as políticas de esquerda e crítico, veemente, o capitalismo selvagem que se instalou no mundo, contudo temos de ser responsáveis e não rompermos com a realidade. Veja-se a proposta apresentada na VI convenção do partido:
“Nós queremos proibir os despedimentos nas empresas que têm resultados”
A argumentação para defender esta proposta é extraordinária, sobretudo pelo uso da metáfora dos coelhinhos e das duas notas de 100 € numa caixa. A metáfora utilizada e a medida proposta pretendiam chegar a outra frase que é intemporal:
“O capital nada faz é o trabalho que tudo faz!”
Nesta frase resume-se uma luta muito antiga que gerou muitas discussões apaixonadas, e essas paixões são o capital e o trabalho. Por este conflito de valores e ideias, pessoas morreram, famílias foram separadas, cidades divididas e um clima de “Guerra-fria” se gerou, mas Francisco Louça gosta deste debate e por isso reclama: “É preciso voltar a trazer o capital e o trabalho para a discussão”.
A discussão, como disse, é muito antiga, mas após muitos anos de conflito e discussão acesa de intenções, ninguém chegou a consenso algum, a não ser que a parte oposta estava irremediavelmente errada. Ora, sendo assim, apenas coloco o meu ponto de vista; para analisarmos a questão da economia e da relação dos seres humanos uns com os outros temos de compreender a natureza humana, pois caso contrário podemos chegar a conclusões que não fazem o mínimo sentido na realidade em concreto. A realidade é esta: O homem é indiscutivelmente egoísta!
Esta característica é fruto de uma evolução e reacção da espécie a problemas que se lhe colocavam e o resultado foi este. Por isso, Adam Smith dizia algo muito semelhante a isto: “Quando o ser humano dispões de liberdade e segurança para prosseguir com os seus próprios interesses é capaz de gerar riqueza não só para si, como para toda a sociedade”. Mas como tudo que é excessivo torna-se pernicioso para a sociedade, o egoísmo passou a ganância e é por isto que surgiram as correntes de esquerda. Assim se compreende a frase de Karl Marx: “Como tudo que é produzido é fruto do trabalho, então se existe lucro, isso é fruto de trabalho não pago”.
Conclusões? Têm os dois razão, embora um se baseie naquilo que a sociedade é, e por isso, se tornou preponderante, enquanto que o outro se baseia naquilo que a sociedade devia ser, pelo que, um luta pela liberdade individual e o outro pelo sonho colectivo…
Louça não se insere nem num nem noutro, mas está claramente próximo do “sonho”, um dia veremos se a sociedade evoluirá de forma a permitir que esse sonho seja realidade, mas conhecendo a espécie humana como a conheço…
A crise anda na boca do mundo e as suas consequências são mortíferas para os trabalhadores e mais pobres. Como invoquei em post´s anteriores é nestas alturas que surgem os populistas e oportunistas, os pregadores de um mundo melhor que possuem soluções extraordinárias, soluções essas que só têm benefícios e poucas ou nenhumas consequências. Não estou a chamar populista a Francisco Louça, mas a sua atitude constante de contra-poder não fará sentido eternamente, visto que, se o eleitorado lhe garantir a terceira posição nas eleições legislativas, não lhe bastará criticar a banca, os patrões e o governo; terá de expor as consequências de uma nacionalização total da banca, as consequências da limitação dos despedimentos nas empresas com ou sem lucro e as consequências de um governo de esquerda, pura e dura, como seria o seu.
Não existem soluções milagrosas e Francisco Louça não é o messias “D. Sebastião”, pelo que se o rótulo de populista e demagogo quer evitar, urge ser mais esclarecedor. Não tenho nada contra as políticas de esquerda e crítico, veemente, o capitalismo selvagem que se instalou no mundo, contudo temos de ser responsáveis e não rompermos com a realidade. Veja-se a proposta apresentada na VI convenção do partido:
“Nós queremos proibir os despedimentos nas empresas que têm resultados”
A argumentação para defender esta proposta é extraordinária, sobretudo pelo uso da metáfora dos coelhinhos e das duas notas de 100 € numa caixa. A metáfora utilizada e a medida proposta pretendiam chegar a outra frase que é intemporal:
“O capital nada faz é o trabalho que tudo faz!”
Nesta frase resume-se uma luta muito antiga que gerou muitas discussões apaixonadas, e essas paixões são o capital e o trabalho. Por este conflito de valores e ideias, pessoas morreram, famílias foram separadas, cidades divididas e um clima de “Guerra-fria” se gerou, mas Francisco Louça gosta deste debate e por isso reclama: “É preciso voltar a trazer o capital e o trabalho para a discussão”.
A discussão, como disse, é muito antiga, mas após muitos anos de conflito e discussão acesa de intenções, ninguém chegou a consenso algum, a não ser que a parte oposta estava irremediavelmente errada. Ora, sendo assim, apenas coloco o meu ponto de vista; para analisarmos a questão da economia e da relação dos seres humanos uns com os outros temos de compreender a natureza humana, pois caso contrário podemos chegar a conclusões que não fazem o mínimo sentido na realidade em concreto. A realidade é esta: O homem é indiscutivelmente egoísta!
Esta característica é fruto de uma evolução e reacção da espécie a problemas que se lhe colocavam e o resultado foi este. Por isso, Adam Smith dizia algo muito semelhante a isto: “Quando o ser humano dispões de liberdade e segurança para prosseguir com os seus próprios interesses é capaz de gerar riqueza não só para si, como para toda a sociedade”. Mas como tudo que é excessivo torna-se pernicioso para a sociedade, o egoísmo passou a ganância e é por isto que surgiram as correntes de esquerda. Assim se compreende a frase de Karl Marx: “Como tudo que é produzido é fruto do trabalho, então se existe lucro, isso é fruto de trabalho não pago”.
Conclusões? Têm os dois razão, embora um se baseie naquilo que a sociedade é, e por isso, se tornou preponderante, enquanto que o outro se baseia naquilo que a sociedade devia ser, pelo que, um luta pela liberdade individual e o outro pelo sonho colectivo…
Louça não se insere nem num nem noutro, mas está claramente próximo do “sonho”, um dia veremos se a sociedade evoluirá de forma a permitir que esse sonho seja realidade, mas conhecendo a espécie humana como a conheço…
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