Crise Financeira - Reflexões à solta pelo pensamento
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Reflexões à solta pelo pensamento
Nota Prévia:
O texto que se segue não foi inspirado em nenhum escrito, economista conceituado ou político de renome.
São reflexões dispersas, sem qualquer base académica, de alguém sem qualquer pretensão que não seja, tentar compreender todas as implicações do anunciado colapso financeiro dos mercados.
São reflexões dispersas, sem qualquer base académica, de alguém sem qualquer pretensão que não seja, tentar compreender todas as implicações do anunciado colapso financeiro dos mercados.
A economia de mercado assenta estruturalmente na lei da oferta e da procura, havendo uma relação do tipo piramidal entre a procura de base (consumidores) e a oferta de topo (capitalistas/investidores). Pelo meio há a considerar um intrincado sistema intermédio de oferta e ao mesmo tempo de procura (empresas e banca).
No topo da pirâmide temos os capitalistas que oferecem dinheiro a troco de mais dinheiro.
Depois temos a banca que procura dinheiro para oferecer dinheiro, é o elo que mais desvirtua a economia de mercado, e porquê?
Essencialmente porque a banca oferece aquilo que tem que pedir, sendo que quando não existe oferta e existe procura, entra em jogo um mecanismo chamado especulação, que em si mesma nada produz, mas que cria desequilíbrios muito nefastos para a estabilidade dos mercados quando o dinheiro que procura, não satisfaz as suas necessidades e portanto escasseia no mercado.
As empresas são também um elo importante na dinâmica das economias de mercado. As empresas oferecem aquilo que a base procura, ou seja consumo de bens.
Os consumidores representam a base da estrutura nas economias de mercado, as pessoas procuram bens para a satisfação daquilo que julgam ser as suas necessidades, para o conseguir socorrem-se do seu rendimento próprio ou de rendimentos alheios, com recurso ao crédito.
Os rendimentos próprios são obtidos nas empresas, oferecendo o seu trabalho em troca de dinheiro. Os rendimentos alheios são normalmente conseguidos em instituições de crédito.
Para que o sistema económico esteja em harmonia, para os capitalistas (são eles que detêm o dinheiro) é fundamental que a base do consumo esteja em constante procura e por sua vez, os estádios intermédios (empresas e banca) consigam inundar o mercado com oferta, em último grau, eles são o garante dessa oferta.
Propositadamente, não incluí o estado nesta cadeia de relacionamento, já que numa economia aberta de livre oferta e procura o estado não intervém, a não ser residualmente, ou seja, o mercado deve auto-regular-se.
As situações de crise profunda e falência do sistema, como a que hoje se revela em todo o seu esplendor, mais não são do que sinais de auto-regulação, por isso a crise só poderá ser ultrapassada com a eliminação dos elementos nocivos ao sistema, isto implica a inexorável falência de muitas instituições financeiras e de muitas empresas.
Isto acontece, porque a base de consumo não tem mais condições para absorver o excesso de oferta. O sobreendividamento com instituições financeiras e a instabilidade nas relações laborais, determinam a retracção do consumo, as pessoas limitam-se a tentar (quando ainda conseguem) cumprir com as obrigações inerentes aos créditos que contraíram e adquirem os bens mais básicos e essenciais para a salvaguarda da sua existência.
Isto é o que verdadeiramente coloca em crise o capitalista, porque sem a base para o sustentar, todo o sistema vai ruir em efeito dominó, até chegar ao topo da cadeia, com todas as consequências daí inerentes.
A única forma de evitar que o mercado se auto-regule é com a intervenção do estado, mas o estado só devia intervir quando todo o sistema está em equilíbrio, nunca em situação de crise.
Resumindo, qualquer intervenção estatal, seja ela de descidas das taxas de juro, injecção de liquidez ou de aquisição de capital de instituições falidas, só tende a adiar a inevitabilidade do colapso final.
Será preciso chegar ao fundo do poço, para depois recomeçar, foi assim com a crise dos anos trinta a que se seguiu a 2ª Guerra Mundial, com tudo destruído é preciso reconstruir e durante algum tempo a humanidade Ocidental viverá em aparente prosperidade.
Eu não me atrevo sequer, a imaginar as consequências sociais deste cenário, no entanto tudo é expectável.
Deve antes de mais ser questionável a falácia deste modelo estrutural na economia, assente na especulação selvagem, onde o sentimento do poder do dinheiro toca mais alto que a racionalidade do ser socialmente humano.
PUBLICAÇÃO : O GADANHA
No topo da pirâmide temos os capitalistas que oferecem dinheiro a troco de mais dinheiro.
Depois temos a banca que procura dinheiro para oferecer dinheiro, é o elo que mais desvirtua a economia de mercado, e porquê?
Essencialmente porque a banca oferece aquilo que tem que pedir, sendo que quando não existe oferta e existe procura, entra em jogo um mecanismo chamado especulação, que em si mesma nada produz, mas que cria desequilíbrios muito nefastos para a estabilidade dos mercados quando o dinheiro que procura, não satisfaz as suas necessidades e portanto escasseia no mercado.
As empresas são também um elo importante na dinâmica das economias de mercado. As empresas oferecem aquilo que a base procura, ou seja consumo de bens.
Os consumidores representam a base da estrutura nas economias de mercado, as pessoas procuram bens para a satisfação daquilo que julgam ser as suas necessidades, para o conseguir socorrem-se do seu rendimento próprio ou de rendimentos alheios, com recurso ao crédito.
Os rendimentos próprios são obtidos nas empresas, oferecendo o seu trabalho em troca de dinheiro. Os rendimentos alheios são normalmente conseguidos em instituições de crédito.
Para que o sistema económico esteja em harmonia, para os capitalistas (são eles que detêm o dinheiro) é fundamental que a base do consumo esteja em constante procura e por sua vez, os estádios intermédios (empresas e banca) consigam inundar o mercado com oferta, em último grau, eles são o garante dessa oferta.
Propositadamente, não incluí o estado nesta cadeia de relacionamento, já que numa economia aberta de livre oferta e procura o estado não intervém, a não ser residualmente, ou seja, o mercado deve auto-regular-se.
As situações de crise profunda e falência do sistema, como a que hoje se revela em todo o seu esplendor, mais não são do que sinais de auto-regulação, por isso a crise só poderá ser ultrapassada com a eliminação dos elementos nocivos ao sistema, isto implica a inexorável falência de muitas instituições financeiras e de muitas empresas.
Isto acontece, porque a base de consumo não tem mais condições para absorver o excesso de oferta. O sobreendividamento com instituições financeiras e a instabilidade nas relações laborais, determinam a retracção do consumo, as pessoas limitam-se a tentar (quando ainda conseguem) cumprir com as obrigações inerentes aos créditos que contraíram e adquirem os bens mais básicos e essenciais para a salvaguarda da sua existência.
Isto é o que verdadeiramente coloca em crise o capitalista, porque sem a base para o sustentar, todo o sistema vai ruir em efeito dominó, até chegar ao topo da cadeia, com todas as consequências daí inerentes.
A única forma de evitar que o mercado se auto-regule é com a intervenção do estado, mas o estado só devia intervir quando todo o sistema está em equilíbrio, nunca em situação de crise.
Resumindo, qualquer intervenção estatal, seja ela de descidas das taxas de juro, injecção de liquidez ou de aquisição de capital de instituições falidas, só tende a adiar a inevitabilidade do colapso final.
Será preciso chegar ao fundo do poço, para depois recomeçar, foi assim com a crise dos anos trinta a que se seguiu a 2ª Guerra Mundial, com tudo destruído é preciso reconstruir e durante algum tempo a humanidade Ocidental viverá em aparente prosperidade.
Eu não me atrevo sequer, a imaginar as consequências sociais deste cenário, no entanto tudo é expectável.
Deve antes de mais ser questionável a falácia deste modelo estrutural na economia, assente na especulação selvagem, onde o sentimento do poder do dinheiro toca mais alto que a racionalidade do ser socialmente humano.
PUBLICAÇÃO : O GADANHA
0 comentários:
Enviar um comentário