G20 - Um nova ordem mundial

segunda-feira, 6 de abril de 2009


Da cimeira do G20 obtiveram-se consensos históricos. Existe uma tentação clara de associar esta cimeira, ao famigerado acordo de Bretton Woods. Este acordo (de Bretton Woods), formulado em 1944, criou uma nova ordem mundial, bipolar, da qual chegaram até aos nossos dias, os alicerces fundamentais do sistema financeiro. O sistema monetário assente no dólar-ouro desapareceu, pois os países não são forçados a manter uma paridade da moeda nacional face ao dólar, mas este continuou a ser visto como a moeda de reserva mundial.

Com a queda do muro de Berlim, o mundo assumiu contornos unipolares, com os EUA à cabeça, contudo os excessos da política monetária, o deficit comercial descomunal e a arrogância com que encararam o mundo, em termos militares, conduziu-os a um beco sem saída. O financiamento sucessivo do deficit americano pela China e países do médio oriente, a busca insaciável por petróleo, a arrogância ideológica dos neoconservadores e a emissão sucessiva de dólares pela Fed, fragilizou os EUA ao ponto de, em pouco mais de 10 anos (liderança Bush), os forçar a reconhecer uma nova ordem mundial.

O que foi possível observar desta cimeira?

O surgimento da China como co-líder mundial em questões de decisão política, o surgimento de um conjunto alargado de países com voz e influência na cena mundial, como a Índia, Brasil, Espanha e Rússia (novamente) e a assunção que o sistema financeiro mundial deve ter rédea curta, para se evitar situações como as que se viveram recentemente. Vimos um Nicolas Sarkozy a puxar dos galões, para se elevar na cena internacional e obter protagonismo a nível interno, onde é fortemente contestado, através da ameaça que não se sentaria à mesa caso não se obtivessem medidas de resposta à crise concretas e fazendo valer a sua posição de não reforçar o contingente militar francês no Afeganistão. Vimos um Barack Obama aclamado como um “Deus” e com um fardo gigantesco entre as mãos. Verificamos a passagem de poder do Atlântico para o pacífico. Enfim, vimos 20 líderes que apesar das divergências, tinham uma ambição comum: aprovar medidas que resolvam a crise internacional, para saírem deste imbróglio em que se meteram. E isso só é possível com a cooperação de todos, o que por si só, cria um mundo melhor para todos.
O Jornal de Negócios com uma frase resume, muito bem, esta cimeira: “A crise financeira gerada em Wall Street pode ter desencadeado o início da mudança na geografia mundial do mundo. A União Europeia conseguiu um compromisso de regulação financeira global. A china afirmou-se como potência mundial.”

1 comentários:

Anónimo disse...

tu és um crente. fia-te na virgem.

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  © Feira das Conspirações! - Santa Maria da Feira - Portugal - Maio/2008

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