Arrifana - Perpetuação evocativa das invasões Francesas
terça-feira, 21 de abril de 2009
Dário Matos, presidente da junta de freguesia de Arrifana está em alta.
O homem que até há bem pouco tempo era um ilustre desconhecido, saltou para as luzes da ribalta e nunca imaginou por certo, que um dia poderia vir a ser uma personagem tão mediática.
A imprensa falada e escrita tem-se enfileirado para conseguir um registo seu. São reportagens televisivas, são entrevistas na rádio, enfim, o homem deve ter alguma dificuldade em lidar com este sucesso todo.
Todo este protagonismo lhe advém da recente recriação histórica, que aconteceu na freguesia de Arrifana com o nobre propósito (nem duvido que foi só esse!) de evocar os 200 anos das invasões Francesas, invasões essas que no seu tempo, deixaram um rasto de tragédia e de morte por esta terra.
Numa entrevista que ouvi numa das rádios locais, Dário Matos dizia, que gostava que esta recriação histórica pudesse ser feita todos os anos, mas lamentava-se, que tal seria impraticável e impensável devido aos custos que isso acarretaria.
Para contornar o problema, Dário Matos revelou-se um homem genial. Vai propor em assembleia de freguesia, que a junta de freguesia mande celebrar uma missa por alma dos finados, todos os dias 17 de Abril "ad eternum", deste modo, pretende um compromisso para o futuro que perpetue a memória dos finados, dos trágicos acontecimentos de Arrifana.
Ora aqui está a simbiose perfeita entre o profano e o religioso, entre o estado e a igreja e entre o delírio e a racionalidade! As almas finadas do massacre vão deixar as tormentas do purgatório e seguirão todas rumo ao céu. Este é o preço justo para a valentia patriótica de quem se refugiou na igreja.
Desconheço a como anda o preço da missa lá por Arrifana, sei que se fosse em Paços de Brandão a junta ainda teria que gastar um dinheirito, é que mandar rezar missas por alma de 71 finados a 10 euros por cada alma custa 710 euros.
Acredito que o padre de Arrifana não veja nesta intenção tão altruísta, uma oportunidade de negócio e faça uma celebração colectiva, cobrando apenas uma missa.
Dário Matos, com esta acção visionária, coloca também alguma ordem naqueles que já viam neste acontecimento, mais uma boa oportunidade para confundir a evocação de uma tragédia histórica com a cultura do circo.
Para alguns, deve deixar alguma mágoa que não existam mais retratos de tragédias históricas no concelho, isso seria sempre um bom motivo para evocar a cultura e montar a tenda de circo e assim teríamos recriações e fantochada itinerante o ano inteiro.
Por terras de Santa Maria quer se goste, quer não se goste, quer se veja, quer se seja vesgo, a grande cultura que existe, é a cultura do esgoto e da sarjeta entupida, e nisso não tenho dúvidas que devemos ser os melhores a nível nacional.
PUBLICAÇÃO : O GADANHA
O homem que até há bem pouco tempo era um ilustre desconhecido, saltou para as luzes da ribalta e nunca imaginou por certo, que um dia poderia vir a ser uma personagem tão mediática.
A imprensa falada e escrita tem-se enfileirado para conseguir um registo seu. São reportagens televisivas, são entrevistas na rádio, enfim, o homem deve ter alguma dificuldade em lidar com este sucesso todo.
Todo este protagonismo lhe advém da recente recriação histórica, que aconteceu na freguesia de Arrifana com o nobre propósito (nem duvido que foi só esse!) de evocar os 200 anos das invasões Francesas, invasões essas que no seu tempo, deixaram um rasto de tragédia e de morte por esta terra.
Numa entrevista que ouvi numa das rádios locais, Dário Matos dizia, que gostava que esta recriação histórica pudesse ser feita todos os anos, mas lamentava-se, que tal seria impraticável e impensável devido aos custos que isso acarretaria.
Para contornar o problema, Dário Matos revelou-se um homem genial. Vai propor em assembleia de freguesia, que a junta de freguesia mande celebrar uma missa por alma dos finados, todos os dias 17 de Abril "ad eternum", deste modo, pretende um compromisso para o futuro que perpetue a memória dos finados, dos trágicos acontecimentos de Arrifana.
Ora aqui está a simbiose perfeita entre o profano e o religioso, entre o estado e a igreja e entre o delírio e a racionalidade! As almas finadas do massacre vão deixar as tormentas do purgatório e seguirão todas rumo ao céu. Este é o preço justo para a valentia patriótica de quem se refugiou na igreja.
Desconheço a como anda o preço da missa lá por Arrifana, sei que se fosse em Paços de Brandão a junta ainda teria que gastar um dinheirito, é que mandar rezar missas por alma de 71 finados a 10 euros por cada alma custa 710 euros.
Acredito que o padre de Arrifana não veja nesta intenção tão altruísta, uma oportunidade de negócio e faça uma celebração colectiva, cobrando apenas uma missa.
Dário Matos, com esta acção visionária, coloca também alguma ordem naqueles que já viam neste acontecimento, mais uma boa oportunidade para confundir a evocação de uma tragédia histórica com a cultura do circo.
Para alguns, deve deixar alguma mágoa que não existam mais retratos de tragédias históricas no concelho, isso seria sempre um bom motivo para evocar a cultura e montar a tenda de circo e assim teríamos recriações e fantochada itinerante o ano inteiro.
Por terras de Santa Maria quer se goste, quer não se goste, quer se veja, quer se seja vesgo, a grande cultura que existe, é a cultura do esgoto e da sarjeta entupida, e nisso não tenho dúvidas que devemos ser os melhores a nível nacional.
PUBLICAÇÃO : O GADANHA
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