Jornada de luta dos trabalhadores corticeiros por aumento de salários
sábado, 26 de julho de 2008
Jornada de luta dos trabalhadores corticeiros por aumento de salários
Hoje, mais uma vez, como tem sido recorrente nos últimos anos, os trabalhadores corticeiros encetaram mais uma manifestação de luta pelo aumento dos seus salários.
Pessoalmente nunca entendi muito bem, qual a razão que leva o sindicato dos trabalhadores corticeiros a fazer as negociações do contrato colectivo para o sector nesta época do ano.
Esta é uma altura do ano em que, grande parte das empresas do sector corticeiro, principalmente da área rolheira, trabalha já para stocks.
As grandes movimentações de expedição de mercadoria, assim como os maiores índices de procura, fazem-se por norma entre Dezembro e Abril/Maio, pelo menos era assim, até há algum tempo atrás, com a globalização admito, sem reservas, que esta prática talvez se tenha alterado.
É nesta altura também, que as empresas se sentem mais pressionadas para satisfazer as encomendas dos seus clientes, por esta razão, talvez fizesse todo o sentido, na óptica dos trabalhadores e por conseguinte dos seus representantes sindicais, que as rondas negociais do contrato colectivo pudessem ser realizadas por esta altura, pelo menos era um período mais favorável para se poder negociar com os patrões.
O facto do sindicato e o patronato terem acordado de forma faseada, a supressão da diferença salarial entre homens e mulheres, que hoje se cifra à volta de 97 euros, tem sido um argumento lançado sem pudor e usado de má fé pelo patronato, para justificar o pífio aumento que propõe aos trabalhadores, 14,77 euros, mais 10 cêntimos no subsídio de alimentação ( ridículo, não dá sequer para um pão).
Os sindicatos colocam a fasquia nos 22 euros de aumento na massa salarial, (negociáveis) mais 80 cêntimos no subsídio de refeição, esta divergência gerou o impasse actual, com o patronato a abandonar a mesa das negociações, forçando os trabalhadores a adoptar uma posição de força, que é legítima.
Mesmo tendo em conta, que a actual conjuntura económica é bastante precária, e a crise demasiado profunda no sector corticeiro, julgo haver alguma margem de manobra por parte dos patrões, para se poderem aproximar das reivindicações legítimas dos trabalhadores, bastando para isso que haja bom senso e alguma perspicácia por parte dos negociadores do sindicato.
Definitivamente, é imperioso eliminar as mentes obtusas tradicionais de muitos "empresários" gestores do sector, que de forma pragmática, confundem a empresa e tudo o que a envolve com o seu património pessoal.
O Governo recentemente adoptou algumas medidas, que espera ver implementadas no curto prazo, e que permitem que as empresas, que tenham trabalhadores com contratos sem termo, possam usufruir de uma baixa na contribuição da taxa social única, logo, as empresas que tenham trabalhadores nesta situação, irão beneficiar financeiramente desta situação, o que atenuará os custos com o aumento da massa salarial.
Depois, no sector corticeiro, a massa salarial não é factor determinante, nem no volume de negócios nem nos custos da empresa, por aqui não há razão para serem os trabalhadores a pagarem injustamente pela actual conjuntura especulativa, que existe no mercado corticeiro, designadamente na compra de matéria-prima.
No meio desta especulação, há muito quem aproveite para realizar fortunas desmesuradas, não será por acaso, que muitas das manifestações exteriores de opulência financeira na região sejam observadas por industriais da cortiça.
Para já, ficaram pela manifestação de hoje junto da APCOR (Associação Patronal da Indústria Cortiçeira), em Santa Maria de Lamas, que contou com a participação de cerca de 200 trabalhadores, sendo que a maioria se deslocou da zona Sul do país, o que não deixa de ser estranho, outras formas de luta entretanto, se poderão seguir, caso se mantenha a intransigência do patronato.
Certo, certo é que dificilmente os trabalhadores corticeiros levarão mais algum dinheiro no bolso para as suas férias, até mesmo muitas mulheres que já deveriam estar a beneficiar do acordo, com vista à eliminação da discriminação salarial, ficam a ver o seu dinheiro por um canudo, mais grave ainda, é a forte possibilidade de alguns nunca chegarem sequer a ver a cor do aumento.
O tempo chuvoso, em dia de Verão não ajudou, assim como, não foi a melhor, a hora encontrada pela organização para desenvolver esta acção de protesto. Há muita classe trabalhadora que trabalha à sexta-feira à tarde, e como não se tratava de uma jornada de greve, talvez tenha inibido muita gente de participar.
Os figurantes politiqueiros, costumeiros destas coisas, também marcaram presença, não em solidariedade com os trabalhadores, mas pura e simplesmente com o intuito de se mostrarem e de serem vistos, é um velho costume... não sei se distribuíram lembranças pelo povo, mas assim que a praxe estiver cumprida, desmobilizam para o bar mais próximo, como é habitual.
Pessoalmente nunca entendi muito bem, qual a razão que leva o sindicato dos trabalhadores corticeiros a fazer as negociações do contrato colectivo para o sector nesta época do ano.
Esta é uma altura do ano em que, grande parte das empresas do sector corticeiro, principalmente da área rolheira, trabalha já para stocks.
As grandes movimentações de expedição de mercadoria, assim como os maiores índices de procura, fazem-se por norma entre Dezembro e Abril/Maio, pelo menos era assim, até há algum tempo atrás, com a globalização admito, sem reservas, que esta prática talvez se tenha alterado.
É nesta altura também, que as empresas se sentem mais pressionadas para satisfazer as encomendas dos seus clientes, por esta razão, talvez fizesse todo o sentido, na óptica dos trabalhadores e por conseguinte dos seus representantes sindicais, que as rondas negociais do contrato colectivo pudessem ser realizadas por esta altura, pelo menos era um período mais favorável para se poder negociar com os patrões.
O facto do sindicato e o patronato terem acordado de forma faseada, a supressão da diferença salarial entre homens e mulheres, que hoje se cifra à volta de 97 euros, tem sido um argumento lançado sem pudor e usado de má fé pelo patronato, para justificar o pífio aumento que propõe aos trabalhadores, 14,77 euros, mais 10 cêntimos no subsídio de alimentação ( ridículo, não dá sequer para um pão).
Os sindicatos colocam a fasquia nos 22 euros de aumento na massa salarial, (negociáveis) mais 80 cêntimos no subsídio de refeição, esta divergência gerou o impasse actual, com o patronato a abandonar a mesa das negociações, forçando os trabalhadores a adoptar uma posição de força, que é legítima.
Mesmo tendo em conta, que a actual conjuntura económica é bastante precária, e a crise demasiado profunda no sector corticeiro, julgo haver alguma margem de manobra por parte dos patrões, para se poderem aproximar das reivindicações legítimas dos trabalhadores, bastando para isso que haja bom senso e alguma perspicácia por parte dos negociadores do sindicato.
Definitivamente, é imperioso eliminar as mentes obtusas tradicionais de muitos "empresários" gestores do sector, que de forma pragmática, confundem a empresa e tudo o que a envolve com o seu património pessoal.
O Governo recentemente adoptou algumas medidas, que espera ver implementadas no curto prazo, e que permitem que as empresas, que tenham trabalhadores com contratos sem termo, possam usufruir de uma baixa na contribuição da taxa social única, logo, as empresas que tenham trabalhadores nesta situação, irão beneficiar financeiramente desta situação, o que atenuará os custos com o aumento da massa salarial.
Depois, no sector corticeiro, a massa salarial não é factor determinante, nem no volume de negócios nem nos custos da empresa, por aqui não há razão para serem os trabalhadores a pagarem injustamente pela actual conjuntura especulativa, que existe no mercado corticeiro, designadamente na compra de matéria-prima.
No meio desta especulação, há muito quem aproveite para realizar fortunas desmesuradas, não será por acaso, que muitas das manifestações exteriores de opulência financeira na região sejam observadas por industriais da cortiça.
Para já, ficaram pela manifestação de hoje junto da APCOR (Associação Patronal da Indústria Cortiçeira), em Santa Maria de Lamas, que contou com a participação de cerca de 200 trabalhadores, sendo que a maioria se deslocou da zona Sul do país, o que não deixa de ser estranho, outras formas de luta entretanto, se poderão seguir, caso se mantenha a intransigência do patronato.
Certo, certo é que dificilmente os trabalhadores corticeiros levarão mais algum dinheiro no bolso para as suas férias, até mesmo muitas mulheres que já deveriam estar a beneficiar do acordo, com vista à eliminação da discriminação salarial, ficam a ver o seu dinheiro por um canudo, mais grave ainda, é a forte possibilidade de alguns nunca chegarem sequer a ver a cor do aumento.
O tempo chuvoso, em dia de Verão não ajudou, assim como, não foi a melhor, a hora encontrada pela organização para desenvolver esta acção de protesto. Há muita classe trabalhadora que trabalha à sexta-feira à tarde, e como não se tratava de uma jornada de greve, talvez tenha inibido muita gente de participar.
Os figurantes politiqueiros, costumeiros destas coisas, também marcaram presença, não em solidariedade com os trabalhadores, mas pura e simplesmente com o intuito de se mostrarem e de serem vistos, é um velho costume... não sei se distribuíram lembranças pelo povo, mas assim que a praxe estiver cumprida, desmobilizam para o bar mais próximo, como é habitual.
0 comentários:
Enviar um comentário