A criação do mundo segundo Tchort - Epílogo Final
sábado, 19 de dezembro de 2009
Crónicas do TCHORT:
A Criação do Mundo - Epílogo Final
(... continuação)
A saga da criação do mundo não se ficou pelo quarto dia, mas antes de avançar-mos para as patranhas do 5º dia de criação, vamos rebobinar o filme dois dias para trás, há algo que ficou por escrever que é absolutamente fundamental para compreender o que aconteceu depois do quarto dia.
Quando Deus criou os mares, sete ao todo e os continentes, achou que era um desperdício ter aquela água e toda aquela terra virgem sem qualquer uso.
Foi então que lançou à Terra sementes de todas a espécies de ervas, de todas as espécies de árvores de fruto e de todas as espécies de hortaliças. A ideia era que ao 5º dia da criação houvesse alguma coisa para comer, há 4 dias que não comia e estava com uma fome dos "diabos".
Assim, como a erva e o pasto já estavam bem crescidos ao 5º dia, Deus resolveu então povoar os mares com peixes e monstros de todas as espécies e os céus de todas as espécies de aves. Estas criaturas foram formadas por casais heterossexuais e convenientemente baptizadas, de acordo com os padrões que foram estabelecidos para aquela época. Deus fê-los e acasalou-os para toda a vida, com a missão de serem proficientes tal como as plantas, se multiplicassem tal como as árvores de fruto, se espalhassem tal como as leguminosas e se globalizassem tal como a economia financeira.
Deus estava por esta altura com o espírito um pouco deprimido e antes que povoasse os campos com herbívoros, resolveu ele próprio experimentar dos prazeres gastronómicos que acabara de criar.
O menu era variado, começou com umas gambas grelhadas na brasa, seguiu-se o polvo à lagareiro e por fim o bacalhau à Zé-do-Pipo, pelo meio ainda se empanturrou com umas codornizes fritas e uma sapateira recheada. Deus gostou do que manjou, mas não ficou satisfeito, já não comia nada de jeito há muito tempo, então o seu voraz apetite virou agulhas para comida mais a sério, comida digna de um Deus, pois ele era o próprio Deus!.
Para aperitivo enfardou umas tripinhas à moda do Porto e uma feijoada à Transmontana, de seguida foi uma açordazita à Alentejana e por fim embalou um cozido à Portuguesa. Deus comera que nem um abade! e melhor bebera! regou todas as estas iguarias com cinco botelhas super-reserva de "cartuxa de Évora" da colheita de 11 999 A.C. Como qualquer bom crente sabe, antes desta data, o vinho era só zurrapa, feito a martelo e de castas pouco seleccionadas.
Deus ainda foi à sobremesa, um requintado leque de doces conventuais misturados com fruta, muita fruta... daquela fruta boa, boa mesmo!...nem sequer me vou demorar muito com estes detalhes, seria um fastio...
Para digestivo Deus ainda pediu um café curto e um "cheirinho". O pior foi quando pediu a conta... quase 100 euros! Isto de querer tirar partido dos prazeres mundanos, obriga a ter carteira recheada.
Deus experimentou tudo e gostou e isso era bom para ele, mas terrível para o futuro da humanidade e para o seu estômago.
Deus estava como o aço! o álcool começava a bater-lhe nos frontais e sentia-se empanturrado da barriga, para terminar em beleza esta experiência, Deus lembrou-se que ainda não tinha experimentado a erva.
Então, com muito primor, como era de resto o seu apanágio, Deus enrolou uma porção de erva num cartucho, chegou-lhe fogo e deitou-se num prado a contemplar o firmamento. Enquanto os olhos orbitavam à volta da sua cabeça, outras sensações afloravam na sua mente . Três bufadelas depois e ele já sonhava com os anjinhos...
E assim se fez o 5º dia da criação, sobreveio a tarde e depois a noite e Deus continuava em estado de trans(e)ição, completamente ébrio, que é como quem diz, com uma grande moca!
Deste desvario gastronómico sobrevieram grandes sequelas para a humanidade, a começar pelo colesterol, depois os diabetes, depois as taxas de alcoolemia, por fim a toxicodependência ( a partir desse dia Deus não mais dispensou o seu charrinho ao final do dia). Estava dado o primeiro passo para a perdição humana, mas não se ficou por aqui, de tanto comer Deus ficou com dores de barriga e cólicas e isso não era nada bom, então lançou uma maldição sobre os homens: Doravante a gula pesará como pecado mortal e vedará as portas do paraíso e soarão as trombetas dos anjos celestes a todos quantos cometerem a imprudência dos excessos gastronómicos.
Do sexto dia muito haveria a contar, foi o dia mais exaustivo. Mas como também eu estou exausto desta treta da criação do mundo vou abreviar a coisa.
Pois bem ao sexto-dia, logo pela manhã Deus criou, todos os animais domésticos, selvagens e lendários que povoaram a terra firme. Colocou-os e fila indiana e etiquetou-os a todos. Isto deu uma trabalheira do "caraças", havia animais até vir a "mulher da fava rica". Quando terminou tão nobre empreitada, todos os animais estavam devidamente identificados, de acordo com as suas preferências ou tendências nominativas.
Os animais foram divididos em várias classes e espécies facilitando assim o trabalho ao Lineu.
É importante frisar que foi por esta altura também que Deus criou os lendários pterodáctilos , os artiodáctilos, os perissodáctilos, os tetradáctilos e tudo o que era reptilossauro, braquiossauro e brontossauro jurássico...
Esta casta de seres vivos teve uma particularidade interessante viveu de encontro ao tempo, ou seja, Deus colocou-os numa nova dimensão espaço-temporal, o que permitiu que vivessem cronologicamente para trás até 160 milhões de anos. Só por essa razão é que nos chegaram fósseis datados desse tempo.
Como todo o bom crente também sabe foi precisamente no sexto-dia que Deus criou o homem.
A história resume-se em poucas linhas...
Começava já Deus a dar os primeiros sinais de fadiga inguinal, quando percebeu que tinha que criar o homem e a mulher tal como fez com todos os outros animais.
Se quiserem conhecer melhor a história da criação de Adão e Lilith procurem aqui.
E, finalmente Deus viu concluída toda a sua obra e pode contemplá-la, e terminou-a bem a tempo deve ter pensado, a região inguinal atormentava-o e começavam a ser insuportáveis as tendências absurdas para coçar as virilhas, o cansaço também já era muito, isto de criar o mundo em apenas seis dias não é para qualquer um...
Então ao sétimo dia Deus disse:
Fosga-se... até que enfim que acabei esta
Então Deus deslocou-se para debaixo de uma azinheira, pois fazia um sol abrasador e encostou-se à árvore para desfrutar de uma boa soneca, só que a urticaria nas virilhas incomodava e Deus coçava....coçava...coçava e não mais parou de coçar os tomates. Não se lhe conheceu obra alguma durante milhares de anos que não fosse coçar os tomates, com excepção do dilúvio, que por sinal, foi obra de um infeliz acaso, primeiramente Deus irritou-se com a depravação dos homens, depois ficou fulo de raiva, quando algumas companhias do seu exército de anjos se rebelaram contra Ele e abandonaram o paraíso, preferindo cair às tentações das formosuras das filhas dos homens, por fim, ainda se encolerizou mais quando apanhou uma infecção urinária. Daí o dilúvio...
Sendo Deus omnisciente e omnipresente é provável que já se tenha apercebido da distracção e tenha usado pomada "halibut" para remediar a coceira, se isso não tiver resultados práticos e Deus não retomar a sua actividade laboral, os sempre atentos serviços da Segurança Social chamá-lo-ão a uma junta médica. E como se sabe, os médicos da caixa são implacáveis com quem passa a vida a coçar aquilo que dá gosto coçar...portanto, aguarde-se o seu regresso para breve.
A empreitada próxima será criar o fim do mundo, será destruir aquilo que tanto gozo lhe deu criar.
21 de Dezembro de 2012 será a data dessa profecia, mas primeiro terá que aparecer o 666, ou a grande besta, secundado pelo falso profeta ou segunda Besta e então será a perdição dos homens e principalmente de algumas "prostitutas" que se sentam entre sete colinas.
Deus dará ordem aos seus anjos para que soem as sete trombetas celestiais e lançará a toda a sua cavalaria para exterminar a corrupção da humanidade. Será o fim dos tempos e cumprir-se-á o desígnio mais cruel das Sagradas Escrituras - A revelação (o apocalipse).
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