Viagem Medieval em Terras de Santa Maria (capitulo 2º)

terça-feira, 5 de agosto de 2008


Viagem Medieval 2008 - Santa Maria da Feira


Capitulo 2º - Cultura


Tal como o prometido, irei debruçar-me de forma ligeira nos aspectos culturais que têm definido a Viagem medieval ao longo dos tempos.

Desde logo, e à semelhança das edições anteriores , a edição 2008 da viagem medieval tem como referência histórica, a sugestiva lenda do milagre das rosas protagonizada por D.Isabel, mulher do nosso rei D.Dinis, que por ser muito amiga dos pobres veio depois a ser canonizada pelo Vaticano e reconhecida pelo povo, como "Rainha Santa", desde então ficou também com o titulo de "padroeira de Portugal".

Dado o mote principal do evento, vou destacar a "cultura da fêvera" como espectáculo cultural de excelência, permitindo uma envolvência e interacção únicas entre o público, os actores e os figurantes, pode haver quem não consiga descortinar cultura na "fêvera", mas para mim é mesmo isso que o sábio povo quer , e como a cultura é a alma do povo, está tudo dito...

Outro aspecto importante são os grupos itinerantes de música celta/galaico/leonesa, com um som muito característico marcado pelas gaitas de foles e que animam de forma ininterrupta a ambiência do local.

As justas medievais, criadas com o intuito claro de separar a plebe dos nobres da corte. É a forma mais vip da aristocracia do reino poder interagir com todo o evento, desde que a indumentária esteja a condizer e possuam uns "dinheiros" no bolso.

Outra majestosa realização cultural são as ceias medievais, onde só alguns nobres e a realeza podem participar e mesmo esses enchem o pandulho por conta do reino.
65 Euros é o preço a pagar e diga-se que não tem nada de medieval, é até, bem avançado para o tempo que vivemos.

A cultura do esgoto é outra importante realização no reino, e cuja tradição se vai mantendo fiel ao medievalismo, é uma forma impressionista de cultura suburbana.

A falcoaria, outrora disciplina rainha na arte da caça, é uma das atracções dos visitantes, tudo não passa de um espectáculo circense, para gáudio do público que presencia as deprimentes exibições dos tratadores com os animais, resta dizer que este tipo de cultura ainda subsiste no Cazaquistão e os revivalistas cá do sitio teimam em expor os animais, a condições pouco dignas e desconfortáveis.

Para não pensarem que eu só digo mal da viagem medieval, vou fazer referência às diversas associações culturais cá do reino e que têm um importantíssimo papel de relevo, na promoção da cultura em Terras de Santa Maria.

O CIRAC tem-se dedicado nos últimos anos a fazer exposições de técnicas de tortura usadas na idade das trevas, que é com quem diz, uma espécie de ensaio da realeza Feirense para com os seus súbditos plebeus.

O Orfeão da Feira dedicou-se o ano inteiro à jardinagem nas rotundas do califado, de maneira a poder contribuir com os produtos da sua safra (rosas e azeite), para a recriação da lenda protagonizada pela rainha Santa Isabel, "o milagre das rosas", o azeite que conseguiram obter, terá como destino o biocombustível, isto é, irá servir como fonte de iluminação experimental durante um ano, o objectivo é iluminar o caminho tenebroso do seu cangalheiro-mor até ao cemitério e posteriormente enfeitar as sepulturas com as rosas excedentárias da lenda de Santa Isabel.

Outras associações que poderiam representar de forma ímpar a cultura Feirense, sentem-se presas pela falta de mão-de-obra, a razão é simples , os seus elementos estão todos mobilizados para o festival de degustação de carne porcina, pelo que mais não lhes pode ser exigido, sob pena de comprometerem de forma irremediável o seu orçamento até à próxima viagem medieval.

Portanto, como se percebe, cultura e recriação histórica também é coisa que não falta neste evento.

PS: (continua)



PUBLICAÇÃO : O GADANHA

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  © Feira das Conspirações! - Santa Maria da Feira - Portugal - Maio/2008

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