Apifarma preocupada com descida dos preços dos genéricos

segunda-feira, 4 de agosto de 2008



A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica mostrou-se, esta segunda-feira, «profundamente perplexa e preocupada» com a descida, em 30 por cento no preço dos medicamentos genéricos.


A Apifarma considera que a descida «apenas aplicada em determinados casos e respeitando faseamentos» poderá «abalar de um modo muito significativo toda a cadeia do medicamento».

«Preocupam-nos muito em especial as empresas nacionais de pendor industrial que têm alavancado o crescimento das exportações portuguesas», refere, em comunicado.

Para a Apifarma, é provável que as consequências aconteçam aos níveis do emprego qualificado, e, em alguns casos, na sua própria viabilidade.

A Apifarma avisa que «medidas deste tipo põem em causa o funcionamento e o equilíbrio de todo o sector do medicamento, condicionando claramente os investimentos e as perspectivas de futuro».

Segundo os laboratórios, não há um aumento geral do preço dos medicamentos há nove anos, apenas duas reduções significativas que incluíram os medicamentos genéricos.

Lembram ainda que os encargos com medicamentos por parte do Estado «se têm mantido estáveis nos últimos três anos».

Fonte: TSF - Rádio Jornal


Comentário do Comendador:

" Não espanta que a entidade máxima na indústria do medicamento em Portugal fique alarmada com a notícia, o director da Apifarma se fizesse um estudo de consulta aos Portugueses, também chegaria à conclusão que os Portugueses compreendem na perfeição o seu alarme.

O negócio do medicamento é um dos mais lucrativos e apetecíveis no país (basta perceber o número de novas farmácias que abriram nos últimos anos) e um dos mais ruinosos para o estado, resultado de politicas irracionais de comparticipação no medicamento aos utentes do SNS, e que consome valores astronómicos do orçamento do ministério da tutela.

Qualquer cidadão vulgar, sem possuir grandes faculdades no desenvolvimento de raciocínios matemáticos, perceberia que era mais vantajoso para o estado e para os bolsos dos portugueses, fornecer gratuitamente alguns medicamentos nas farmácias hospitalares.

A explicação é simples, adquirindo medicamentos em embalagens "industriais", o estado consegue melhores preços de mercado, do que aqueles que os utentes conseguem com a aquisição de embalagens pequenas. Verifica-se em muitos casos que, proporcionalmente, o valor comparticipado pelo estado ao utente é superior ao valor de aquisição do medicamento para as farmácias hospitalares, se juntar-mos à comparticipação estatal a parte que o próprio utente tem que desembolsar, ficamos com o preço ainda mais inflacionado o que do ponto de vista económico é absurdo e irracional.

Então, esta aberração na gestão económica, só é justificável, com a necessidade que muitos agentes do estado têm de alimentar este lobby insaciável, que é o lobby farmacêutico, em prejuízo das contas públicas e dos cidadãos.

A Apifarma faz nesta declaração o papel clássico do patronato, colocando de imediato os trabalhadores qualificados do sector, como escudos humanos numa guerra onde os patrões dos medicamentos não se podem queixar da crise de vendas, inclusive, dada a forte capacidade de produção até conseguem ter um peso de relevância (segundo a Apifarma) nas exportações nacionais, contribuindo para amenizar o défice, na balança das transacções comerciais do país.

Quanto à medida que pretende ser adoptada, com seriedade não consigo perceber o seu alcance, nem sei se se deveria ir mais longe, o que sei é que todas as medidas que tenham por objectivo, moralizar e travar os lucros que são obtidos de forma indecorosa (quase sempre com o conluio da esfera governante) de uns quantos "privilegiados", em benefício de todos os cidadãos, merecem a minha aprovação."


PUBLICAÇÃO : O COMENDADOR

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