Viagem Medieval em Terras de Santa Maria (capitulo 1º)
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Viagem Medieval 2008 - Santa Maria da Feira
Capitulo 1º - Gastronomia
Abriu na passada sexta-feira, dia 31 de Julho e decorrerá até ao próximo dia 10 de Agosto, mais uma edição da Viagem Medieval em Terras de Santa Maria.
Este evento é considerado orgulhosamente, pelas gentes locais, como o maior certame gastronómico nacional de degustação de carne porcina.
Não se pense que o epíteto tem um cariz redutor, nada disso! pelo contrário é uma concorrência desenfreada entre os diversos mestres desta arte culinária, no sentido de dar satisfação e requinte aos milhares de pessoas que procuram esta iguaria.
A arte de confeccionar a carne porcina é muito complexa e não se coaduna com receitas mais ou menos elaboradas de circunstância, é uma espécie de segredo dos Deuses, onde cada um à sua maneira, procura preservar o seu "savoir faire", como se de um tesouro se tratasse.
Antes de mais é preciso trajar umas vestimentas esquisitas, cheirar pior que o queijo da serra e ter um diploma de "boas práticas???", na confecção de alimentos para poder obter uma credencial no espaço da restauração... pronto!... eu sei que para as más práticas não é necessário diploma, mas é uma exigência da organização e tem que ser cumprida.
A carne pode ser servida consoante o gosto do confeccionador, vulgarmente conhecido por porcineiro, assada, carbonizada, crua, incinerada, são apenas algumas das 1001 maneiras de servir carne porcina, e garanto que estes profissionais experientes não conseguem satisfazer a cadência da procura.
Alguns maldizentes cá da praça, dizem que é uma exploração a forma como tudo é tratado, eu cá não sou da mesma opinião, se existe alguma exploração, ela existe naquilo que é exigido aos animais que dão tão sucolenta carne, mas isso é uma outra história para mais tarde ser cá abordada.
Vamos ao que interessa...
Quem tem visitado a viagem medieval com regularidade, ao longo dos anos, já se deu conta que o número de porcineiros (confeccionadores de carne porcina) tem vindo a aumentar de forma gradual e consistente correspondendo assim aos anseios dos organizadores, também eles incondicionais apaniguados da "fêvera". Este ano espera-se para cima de meio milhão de visitantes (muita gente!).
Confesso que sempre fui uma espécie de eremita itinerante deste evento, mas ao contrário dos porcinantes (degustadores de carne porcina), tenho evitado percorrer as zonas de restauração da viagem à idade média, o aroma a carne queimada tresanda no ar, o fumo intoxica e as águas do Cáster combinam tudo isto da forma mais harmoniosa, saneamento com porcaria, porcaria com carne de porco, carne de porco com sangue e depois vai toda a mer..da para o rio, tal como no ciclo da água tudo se vai repetir daqui a alguns dias.
A viagem medieval naturalmente não é só carne porcina (também existe carne de porco, javali, porco-espinho e até já ouvi falar em carne de porquinho da Índia, que tem um sabor parecido com a carne do leitão, desde que alimentados a leite, enfim o visitante tem ao seu dispor um numeroso leque de escolhas.
Existem também as indispensáveis sangrias, bebida muito popular neste espaço medieval e que perdurou, desde tempos imemoriáveis até às prateleiras de alguns supermercados, uma forma muito original de servir tão etílico liquido, mas que faz as delícias dos apreciadores.
Depois é uma panóplia de doçaria das mais recônditas proveniências, desde a península Ibérica até à comunidade marroquina de Sanguêdo, tudo nas mais perfeita simbiose com o colesterol, diabetes e hipertensão, termos muito familiares aos portugueses.
A minha incursão na viagem medieval não se fica pela gastronomia, no próximo capitulo darei primazia às questões culturais, resta dizer que, como sou um aficionado da Viagem Medieval desde o primeiro momento, este ano faço questão de marcar presença em tão importante realização, dando estrito cumprimento à tradição que absorvi através dos anos.
PS: (Continua)
PUBLICAÇÃO : O GADANHA
Este evento é considerado orgulhosamente, pelas gentes locais, como o maior certame gastronómico nacional de degustação de carne porcina.
Não se pense que o epíteto tem um cariz redutor, nada disso! pelo contrário é uma concorrência desenfreada entre os diversos mestres desta arte culinária, no sentido de dar satisfação e requinte aos milhares de pessoas que procuram esta iguaria.
A arte de confeccionar a carne porcina é muito complexa e não se coaduna com receitas mais ou menos elaboradas de circunstância, é uma espécie de segredo dos Deuses, onde cada um à sua maneira, procura preservar o seu "savoir faire", como se de um tesouro se tratasse.
Antes de mais é preciso trajar umas vestimentas esquisitas, cheirar pior que o queijo da serra e ter um diploma de "boas práticas???", na confecção de alimentos para poder obter uma credencial no espaço da restauração... pronto!... eu sei que para as más práticas não é necessário diploma, mas é uma exigência da organização e tem que ser cumprida.
A carne pode ser servida consoante o gosto do confeccionador, vulgarmente conhecido por porcineiro, assada, carbonizada, crua, incinerada, são apenas algumas das 1001 maneiras de servir carne porcina, e garanto que estes profissionais experientes não conseguem satisfazer a cadência da procura.
Alguns maldizentes cá da praça, dizem que é uma exploração a forma como tudo é tratado, eu cá não sou da mesma opinião, se existe alguma exploração, ela existe naquilo que é exigido aos animais que dão tão sucolenta carne, mas isso é uma outra história para mais tarde ser cá abordada.
Vamos ao que interessa...
Quem tem visitado a viagem medieval com regularidade, ao longo dos anos, já se deu conta que o número de porcineiros (confeccionadores de carne porcina) tem vindo a aumentar de forma gradual e consistente correspondendo assim aos anseios dos organizadores, também eles incondicionais apaniguados da "fêvera". Este ano espera-se para cima de meio milhão de visitantes (muita gente!).
Confesso que sempre fui uma espécie de eremita itinerante deste evento, mas ao contrário dos porcinantes (degustadores de carne porcina), tenho evitado percorrer as zonas de restauração da viagem à idade média, o aroma a carne queimada tresanda no ar, o fumo intoxica e as águas do Cáster combinam tudo isto da forma mais harmoniosa, saneamento com porcaria, porcaria com carne de porco, carne de porco com sangue e depois vai toda a mer..da para o rio, tal como no ciclo da água tudo se vai repetir daqui a alguns dias.
A viagem medieval naturalmente não é só carne porcina (também existe carne de porco, javali, porco-espinho e até já ouvi falar em carne de porquinho da Índia, que tem um sabor parecido com a carne do leitão, desde que alimentados a leite, enfim o visitante tem ao seu dispor um numeroso leque de escolhas.
Existem também as indispensáveis sangrias, bebida muito popular neste espaço medieval e que perdurou, desde tempos imemoriáveis até às prateleiras de alguns supermercados, uma forma muito original de servir tão etílico liquido, mas que faz as delícias dos apreciadores.
Depois é uma panóplia de doçaria das mais recônditas proveniências, desde a península Ibérica até à comunidade marroquina de Sanguêdo, tudo nas mais perfeita simbiose com o colesterol, diabetes e hipertensão, termos muito familiares aos portugueses.
A minha incursão na viagem medieval não se fica pela gastronomia, no próximo capitulo darei primazia às questões culturais, resta dizer que, como sou um aficionado da Viagem Medieval desde o primeiro momento, este ano faço questão de marcar presença em tão importante realização, dando estrito cumprimento à tradição que absorvi através dos anos.
PS: (Continua)
PUBLICAÇÃO : O GADANHA
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