Rosetta apanha boleia gravítica da Terra

A sonda espacial europeia Rosetta, um projeto de mil milhões de euros, passará perto da Terra nesta sexta-feira e, nessa passagem ganhará impulso e velocidade para realizar o encontro com o cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko em 2014. Os cientistas da ESA, agência espacial europeia, estão entusiasmados com a perspectiva de ver de perto a Rosetta, lançada em 2004 para o espaço.

Quando completar a sua missão, a sonda terá feito uma viagem de 10 anos e 7,1 mil milhões de km de encontro a um dos cometas que percorrem o sistema solar. Segundo as previsões, A Rosetta encontrar-se-á com o cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko em Maio de 2014, antes de lançar um pequeno laboratório, do tamanho de um frigorífico, baptizado Philae, que se irá ancorar à superfície rochosa do corpo celeste, na procura de elementos que ajudem a perceber o passado remoto do Sistema Solar.

Depois, desta primeira abordagem a Rosetta seguirá o cometa durante dois anos, estudando o 67/P Churyumov-Gerasimenko na sua viagem ao redor do Sol.

Por enquanto e para que toda esta operação seja possível, a sonda precisa primeiro ganhar velocidade e esse trabalho será feito através do campo gravitacional da Terra, numa manobra que é chamada de assistência gravítica.

Às 7h46 GMT (8H46 de Lisboa) de sexta-feira, a Rosetta estará no ponto mais próximo da Terra. O aparelho sobrevoará o Oceano Índico a 2.480 km de altitude ao sul da ilha indonésia de Java. Passará sobre a Terra a uma velocidade de 13,3 km por segundo, ou seja, 47,8 mil km/h, segundo a agência espacial Europeia. A ajuda da gravidade aumentará a velocidade da nave em 3,5 km/s (12.960 km/h).

A sonda dirigirá as suas câmaras, Osiris, para a Lua em busca de água. Outros instrumentos vão monitorar a atmosfera terrestre e a magnetosfera em busca de auroras, a espectacular colisão entre o campo magnético de nosso planeta e as partículas procedentes do Sol. Antes de se aproximar em 2014 do cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko, a sonda passará perto de outro asteróide, o 21 Lutetia, em julho de 2010.

Os astrónomos acreditam que conhecer mais os cometas, formados por destroços que datam dos primórdios do Sistema Solar, ajudará a compreender a formação dos planetas e o início da vida na Terra.