Os prémios Ig-Nobel
terça-feira, 3 de novembro de 2009
O governo americano decidiu que deixará de dar incentivos às pesquisas consideradas "irrelevantes". O anúncio desta notícia deixou preocupado o público entusiasta que se divertiu durante anos com o prémio IgNobel - este prémio é uma sátira do prémio Nobel que é dada para a descoberta científica mais estranha do ano. Os prémios IgNobel são promovidos pela revista «Anais das Pesquisas Improváveis» (Annals of Improbable Research, em inglês).
Para relembrar os estudos que, por vezes foram considerados estúpidos, outras vezes apenas estranhos, conheça as dez melhores ou piores pesquisas que venceram o IgNobel. Estes prémios começaram a ser entregues em Harvard pela primeira vez em 1991.
1 - Massagem rectal digital, cura para os soluços (Medicina, 2006)
2 - Defecação dos pinguins em até 40 cm (Dinâmica dos Fluídos, 2005)
Os pesquisadores Victor Benno Meyer-Rochow e Jozsef Gal venceram o prémio por calcular as pressões geradas durante o processo de defecação dos pinguins. Nas suas conclusões, os investigadores não conseguiram demonstrar se os pinguins defecam em função da orientação do vento ou se o fazem de forma aleatória.
3 - Necrofilia homossexual entre patos (Biologia, 2003)
O prémio foi para a documentação do primeiro caso cientificamente registado de necrofilia homossexual entre aves, mais concretamente na espécie - pato real. "Próximo do pato que obviamente estava morto, um outro macho, montou no cadáver e começou a tentar copular com grande força", constatou a investigação na época.
4 - Taxa de suicídio com música country (Medicina, 2004)
Um estudo indicou que a taxa de suicídios nas cidades dos Estados Unidos é maior onde a música country é tocada nas rádios. Além disso, a música country, conforme a pesquisa, devido aos temas que aborda, provoca "modos de suicídio, dado que retrata problemas comuns à população suicida, como discussões conjugais, abuso de álcool e alienação provocada pelo excesso de trabalho". Depois disso, muitas pessoas passaram a temer o poder das canções de Billy Ray Cyrus.
5 - Pulgas entre cães e gatos (Biologia, 2008)
Uma equipa de investigação liderada por Marie-Christine Cadiergues, Christel Joubert e Michel Franc, da Escola de Veterinária de Toulouse (França), demonstraram que as pulgas saltam mais sobre os cães do que sobre os gatos. De certo modo, a pesquisa não foi inteiramente inútil: agora as pessoas sabem que a probabilidade de serem mordidas por pulgas são maiores quando se compra um cão.
6 - Striptease, lucro e menstruação (Economia, 2008)
Economistas da Universidade do Novo México, nos Estados Unidos, sugeriram que os lucros de uma dançarina de striptease dependem de seu ciclo menstrual. Se a pesquisa for realmente séria, fica uma questão; de que é que depende o aumento de lucros nos dançarinos ?
7 - Ratos não falam japonês e holandês (Linguística, 2007)
Juan Manuel Toro, Josep B. Trobalon e Nuria Sebastian-Galles, da Universidade de Barcelona, na Espanha, conquistaram o curioso prémio ao demonstrar que os ratos algumas vezes não conseguem distinguir entre frases nos idiomas japonês e holandês, faladas na ordem correcta e as mesmas frases quando são ditas na ordem inversa. Porém, o objectivo inicial do estudo era o de encontrar semelhanças nas falas entre bebés humanos e outros mamíferos, com o objectivo de determinar a evolução comunicativa das espécies.
8 - Baunilha no esterco de vaca (Química, 2006)
Pesquisadores do Centro Médico Internacional do Japão desenvolveram uma forma de obter extracto de vanilina (aroma e sabor de baunilha) a partir da bosta das vacas. Quando comprarem um gelado não se esqueçam de verificar o sabor!
9 - Picapaus não precisam de aspirina (Ornitologia, 2006)
Essa pergunta foi respondida pelos cientistas Philip May e Ivan Schwab. Esta espécie, que chega a bater com os bicos nos troncos das árvores mais de 12 mil vezes ao dia, possuem crânios preparados para minimizar impactos. Além disso, um mecanismo faz com que os olhos dos picapaus não saiam das órbitas durante os impactos contra os troncos de árvores.
Os mosquitos da malária são uma praga em África e são responsáveis por milhões de mortes todos os anos de pessoas que sucumbem à doença.
Por fim aqui ficam os IgNobel de 2009:
- Medicina veterinária: aos pesquisadores Catherine Douglas e Peter Rowlinson da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, por provarem que vacas que possuem nomes dão mais leite do que aquelas que não são “baptizadas” pelos seus donos.
- Paz: dado à equipa da Universidade de Berna, na Suíça, que determinou, por experimentação, o que é melhor: tomar uma pancada na cabeça com uma garrafa de cerveja cheia, ou vazia?
- Economia: aos directores, executivos e auditores de quatro bancos da Islândia (Banco Kaupthing, Landsbanki, Banco Glitnir e Banco Central da Islândia), por demonstrarem que pequenos bancos podem rapidamente transformar-se em grandes instituições, e vice versa. E por demonstrarem que algo parecido pode ser feito com toda a economia de um país.
- Química: À equipa da Universidade Nacional Autónoma do México, por criar diamantes a partir de líquidos – especialmente a partir de tequila.
- Medicina: ao americano que estalou as juntas dos dedos de sua mão esquerda, mas não os da direita, todos os dias por mais de 60 anos. O objectivo era investigar uma possível causa de artrite.
- Física: À equipa da Universidade de Cincinnati, Estados Unidos, que analiticamente determinou porque as mulheres grávidas não tombam com o peso da barriga.
- Literatura: À polícia da Irlanda, por escrever e apresentar mais de 50 multas de trânsito ao cidadão do país que mais comete infracções ao volante - Prawo Jazdy, cujo nome, em polaco, significa “carteira de motorista”.
- Matemática: concedido à Gideon Gono, do Banco de Reserva do Zimbabwe, por ajudar as pessoas a lidar melhor com grande variedade de números: seu banco imprime notas que vão de um centavo ($.01) a cem trilhões de dólares ($100,000,000,000,000).
- Biologia: aos estudantes japoneses de medicina que demonstraram que os resíduos da cozinha podem ter sua massa reduzida em até 90% com a ajuda de uma bactéria extraída das fezes de pandas gigantes.
0 comentários:
Enviar um comentário