O Casamento Homossexual e a Igreja

Achei imensa piada ao Bispo do Porto quando defendeu que o casamento formal entre homossexuais deveria ser referendado.

Não deixa de ser curioso que um celibatário dê sugestões sobre casamentos. Tanto mais que a trupe clerical embora sendo intolerante perante a diferença, olha com desfaçatez para o seu próprio umbigo.

A homofobia que a igreja tanto faz questão de praticar, deixa-me uma pequena reflexão:

Não são os clérigos e os mais fervorosos devotos másculos, os que se entregam de corpo e alma a Jesus Cristo? Não são estes que amam Jesus? Não são estes que se sentem afortunados por Jesus entrar neles próprios? Nâo são este que vivem em comunhão com Jesus?

Então em que é que ficamos????

Apetece perguntar ao senhor Manuel Clemente, bispo do Porto se já lhe passou pela cabeça sugerir que se referende os casamentos e as uniões de facto entre o clérigo, os crentes e Jesus.
Sendo que esta orgia a três é discriminatória relativamente às mulheres. Isto soaria a ridículo, não era?

Ridículo talvez até fosse, agora absurdo não seria de todo, basta analisar os números de divórcios que por aí grassam, para se perceber o sentido da coisa.

Sugeria-lhe ainda que reflectisse profundamente em promover um referendo na sua igreja sobre a possibilidade de acabar com a discriminação entre sexos. A sociedade eclesiástica é do mais puritano machismo que ainda existe. Esta resistência doutrinária, quase dogmática à emancipação, tem sido ao longo dos séculos altamente nefasta para a afirmação da mulher no contexto da sociedade.

A liberdade individual não pode nem deve ser referendada, cabe a cada individuo escolher qual o processo formal que pretende adoptar para o seu relacionamento afectivo. Ao estado compete criar mecanismos que sejam o garante dessa liberdade.