A criação do mundo segundo Tchort - Parte I

sábado, 7 de novembro de 2009






As Crónicas do Tchort – A criação do Mundo (Parte I)



Como tudo tem um começo, iniciarei as minhas laudes nocturnas, agradecendo ao senhor pela maravilhosa invenção que foi a criação o mundo. Estas escrituras serão subdivididas em vários escritos, tal e qual manda a divina paciência, por esta razão pode ir sempre acompanhando o filme em resumos...

Desengane-se quem ao longo da leitura, encontrar cá qualquer semelhança com a inspiração profana de alguém com apelido de planta da família dos nabos ou da mostarda.

Esta escritura foi-me revelada pelo poder divino do Espírito Santo, se não acreditarem leiam os Génesis (foi assim que me tornei um crente em menos de 3 dias) e depois façam a interpretação livre que bem vos aprouver, não a interpretação literal e literária do texto, pois isso ia ser uma seca dos diabos!

Nota: Como o Espírito Santo não me revelou as escrituras num único dia, é natural que sejam acrescentados novos elementos à medida que a fluidez da inspiração divina se vai instalando no pensamento.

Então, o mundo começou assim...



Primeiro era o verbo ou predicado, depois veio o sujeito, em seguida veio o complemento indirecto e só depois o complemento directo, por fim veio o caos, uma grande confusão...
Deus nunca fora um bom aluno nas disciplinas linguísticas e tinha grandes problemas com a articulação gramatical das frases.

Antes de Deus ter criado o mundo e tudo o que ele contem, isto deu-se mais ou menos há muito tempo, algures no período do ridiculoceno superior, apenas existia ar, vento e um átomo de uma substância que há época era completamente desconhecida dos cientistas, mas que mais tarde se veio a descobrir ser este constituído por material radioactivo, possivelmente plutónio.
Ora este pequeno átomo concentrava em si mesmo toda a matéria que então existia no universo, excepto ar e vento.

Deus tinha uma grande cumplicidade, aliás tinha uma cumplicidade ímpar com este átomo, nutria por ele grande carinho e estima, eram inseparáveis. Esta tão estreita simbiose obrigava Deus a ter cuidados redobrados com o átomo, por isso guardava-o sempre juntinho de si no bolso trazeiro das calças, tudo numa harmonia perfeita, num lindo quadro enternecedor da sagrada família. O átomo era tudo o que tinha de mais importante na vida, tal como a família é tudo o que de mais importante existe no individuo.

Por estes tempos a vida não era nada fácil , Deus não tinha uma dieta muita rica em fibras (ainda não tinha criado as hortaliças), alimentava-se à base de ar e vento, se bem que por algumas vezes tenha sido tentado a degustar o seu inseparável átomo, a verdade é que sempre resistira a fazê-lo e ainda bem para a humanidade.

Uma dieta pouco variada à base de ar e vento provocavam em Deus problemas terríveis de flatulência.

Certo dia, Deus teve um ataque insuportável de gases acumulados no organismo e soltou um colossal flato.

A onda de choque que então foi produzida, foi de tal forma intensa que foi registada em todas as estações sismológicas que existiam por aquelas bandas. A violência foi tal que a terra se desviou do seu movimento orbital e pior ainda acabou por cindir o átomo que ele trazia no bolso.
Isto provocou uma mega-extraordinária libertação de energia; o chamado Big Bang.
Portanto, o Big Bang foi o responsável pela criação do mundo e pela expansão do universo, se quisermos ser mais aprimorados no rigor, melhor seria reconhecer que na verdade o Big Bang teve a sua origem num Big Trak.

E então, passou a reinar o caos e a desordem durante três minutos, este tempo permitiu que o universo se expandisse até aos dias de hoje.

Foi assim que Deus involuntariamente criou o mundo. Tudo aconteceu no primeiro dia e Deus gostou da obra, sobretudo porque se sentiu mais aliviado no baixo-ventre, apesar de ter ficado com saudades do seu inseparável átomo. Durante 40 dias e 40 noites (No livro do Génesis este número é várias vezes repetido, como veremos mais adiante), dizia eu que , durante 40 dias e 40 noites (note-se que nesta altura Deus ainda não tinha criado nem os dias nem as noites, isso só aconteceu no 4º dia da empreitada da criação), portanto durante 40 dias e 40 noites o cheiro continuava insuportável, a reacção química do metano com o enxofre é devastadora, não fosse Deus um ser sobrenatural e com certeza não teria resistido ao impacto que o aroma pestilento causou nas suas vias respiratórias.

No dia seguinte, pela noitinha, numa pouco usual noite nublada, andava Deus ainda mal refeito das dores que lhe causaram a estridência do flato e a alergia ao betadine e foi acossado por uma repentina crise intestinal. Rapidamente procurou um lugar confortável para aliviar aquilo que tem que ser aliviado. Agachou-se por entre duas colinas e ali mesmo "arreou o calhau". Para melhor se concentrar na obra do "arreamento" que lhe saia pelas entranhas, Deus resolveu contemplar o firmamento. Para seu espanto reparou que ainda não existiam estrelas, planetas, cometas ou afins, não existia sequer a lua. Acabada a obra que entretanto se ocupara a fazer, Deus não tinha papel e isso não foi nada bom, enquanto procurava papel naquela escuridão, Deus descuidou-se e acabou por pisar a sua própria "obra" o que o deixou fulo de raiva e então disse:

- Rais parta esta merda! é sempre a mesma coisa...

Então, num rasgo de iluminação divina que só aos deuses é possível, pegou numa pilha eléctrica que trazia no bolso e disse:

- Faça-se luz! e fez-se luz. (não por muito tempo diga-se, já que entretanto as pilhas esgotaram-se e Deus não sabia onde iria comprar outras) então reflectiu melhor sobre a questão e estalando os dedos, num ápice criou de uma assentada todos os corpos celestes e assim povoou todo o firmamento com luzeiros cintilantes, ao qual passou a chamar céu. A partir de então, da noite se fez dia ou algo assim parecido, confesso que não percebi muito bem esta parte. Deus olhou para a sua obra, a que fez no céu não a que fez no chão e gostou do que viu.

A partir deste dia, por mais breu que fizesse, Deus jamais voltou a pisar a sua "obra" enquanto procurava papel para limpar o que tem que ser limpo.

E assim se cumpriu o 2º dia da criação.

continua, sabe Deus quando...

1 comentários:

Daniel Gomes disse...

De facto, se não for lido e interpretado, fica um seca.
Por isso, perante a falsa seriedade que o clero apresenta na leitura/intepretação na bíblia, nada melhor do que um pouco de satirismo.

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