Ranking das empresas corticeiras com melhores resultados liquidos em 2007
sábado, 11 de julho de 2009
Por mero acaso encontrei este suplemento de economia do diário de Aveiro de 20 de Janeiro de 2009.
Este documento é interessante para se aferir da evolução negativa que algumas empresas do sector corticeiro tiveram em termos de rentabilidade e resultados líquidos em pouco mais de 1 ano.
É certo que vivemos tempos de crise, mas terá sido esse factor conjuntural o principal responsável pela actual situação do sector ou haverá factores de natureza estrutural muito mais determinantes para a incerteza que paira hoje sobre o futuro do sector?
Em 2007 era este o Ranking das 12 maiores empresas corticeiras que se classificavam entre as 200 mais rentáveis do distrito de Aveiro.
Este documento é interessante para se aferir da evolução negativa que algumas empresas do sector corticeiro tiveram em termos de rentabilidade e resultados líquidos em pouco mais de 1 ano.
É certo que vivemos tempos de crise, mas terá sido esse factor conjuntural o principal responsável pela actual situação do sector ou haverá factores de natureza estrutural muito mais determinantes para a incerteza que paira hoje sobre o futuro do sector?
Em 2007 era este o Ranking das 12 maiores empresas corticeiras que se classificavam entre as 200 mais rentáveis do distrito de Aveiro.
Um dos dados mais curiosos que se pode retirar deste quadro, prende-se com facto de a empresa Abel da Costa Tavares ter um volume de negócios descomunal, relativamente aos seus resultados líquidos. Esta empresa suplantava mesmo a Amorim Revestimentos em termos de volume de negócios, sendo mesmo a 15ª empresa com maior volume de negócios no distrito de Aveiro. A empresa Fernando Oliveira Cortiças, Lda (FOC) é outra das empresa cujo volume de negócios não tem uma correspondência directa nos resultados líquidos.
Se tiverem lido o parágrafo anterior com alguma atenção devem ter notado que abusei da expressão "volume de negócios" e fi-lo intencionalmente. Na minha opinião foi no crescimento do volume de negócios que se sustentaram economicamente as empresas Abel da Costa Tavares, Lda. e Fernando Oliveira Cortiças, Lda. Mas, assim sendo, como justificar uma tão grande discrepância entre os rácios de rentabilidade e volume de negócios entre as várias empresas do sector? Porque razão determinadas empresas precisam de um menor volume de negócios para retirar mais rentabilidade quando se dedicam basicamente à mesma actividade. Veja-se o exemplo do Juvenal e do Ávaro Coelho, o Juvenal necessita de um menor volume de negócios para retirar mais rentabilidade na empresa. Será que o administrador da Álvaro Coelho é incompetente, ou não aposta nos nichos de mercado de forma certeira?
E se comparar-mos o Juvenal com o Abel então a questão ainda é mais gritante, o Abel precisa de realizar 4 vezes mais negócios do que o Juvenal para retirar quase a mesma rentabilidade.
Nota: os valores do volume de negócios e da rentabilidade podem ser encontrados no suplemento do jornal na página 11.
Não sendo um perito em assuntos de matéria económica, longe disso, parece-me que tanto o Abel como o Pedro (FOC) e em menor escala o Álvaro Coelho, entraram numa espécie de bolha de sabão que lhes permitiu sustentar as empresas com base no crescimento do volume de negócios, mas sem a respectiva correspondência na rentabilidade económica, o que em momentos de prolongada crise descamba em insustentabilidade, já que as empresas não terão fundo de maneio suficiente para fazer face à estagnação do mercado. Resumindo, parece que os gestores e administradores destas empresas esqueceram-se que uma bolha de sabão cresce, cresce, sobe, sobe até que rebenta!
Se tiverem lido o parágrafo anterior com alguma atenção devem ter notado que abusei da expressão "volume de negócios" e fi-lo intencionalmente. Na minha opinião foi no crescimento do volume de negócios que se sustentaram economicamente as empresas Abel da Costa Tavares, Lda. e Fernando Oliveira Cortiças, Lda. Mas, assim sendo, como justificar uma tão grande discrepância entre os rácios de rentabilidade e volume de negócios entre as várias empresas do sector? Porque razão determinadas empresas precisam de um menor volume de negócios para retirar mais rentabilidade quando se dedicam basicamente à mesma actividade. Veja-se o exemplo do Juvenal e do Ávaro Coelho, o Juvenal necessita de um menor volume de negócios para retirar mais rentabilidade na empresa. Será que o administrador da Álvaro Coelho é incompetente, ou não aposta nos nichos de mercado de forma certeira?
E se comparar-mos o Juvenal com o Abel então a questão ainda é mais gritante, o Abel precisa de realizar 4 vezes mais negócios do que o Juvenal para retirar quase a mesma rentabilidade.
Nota: os valores do volume de negócios e da rentabilidade podem ser encontrados no suplemento do jornal na página 11.
Não sendo um perito em assuntos de matéria económica, longe disso, parece-me que tanto o Abel como o Pedro (FOC) e em menor escala o Álvaro Coelho, entraram numa espécie de bolha de sabão que lhes permitiu sustentar as empresas com base no crescimento do volume de negócios, mas sem a respectiva correspondência na rentabilidade económica, o que em momentos de prolongada crise descamba em insustentabilidade, já que as empresas não terão fundo de maneio suficiente para fazer face à estagnação do mercado. Resumindo, parece que os gestores e administradores destas empresas esqueceram-se que uma bolha de sabão cresce, cresce, sobe, sobe até que rebenta!
3 comentários:
Viva.
Acho que devias visualizar os dados, novamente. Não me parece que estejam correctos, apesar da ordenação estar.
O artigo do jornal não está muito correcto. Eles assumiram que a rentabilidade de uma empresa é tanto maior quanto maiores forem os seus resultados líquidos (Lucros).
Ora isto não é muito correcto, pois poderemos ter uma grande empresa com 1500 operários a ter um lucro de 1000 euros e uma empresa com 20 operários a ter um lucro de 2000 euros. É como dizermos que a China é mais rica do que nós, porque o PIB é maior (claro, eles são 1300 milhões e nós 10 milhões).
O melhor indicador será a rentabilidade das vendas, pois indica-nos a importância das vendas na realização dos lucros, bem como o VAB, que nos indica o acrescento no valor do produto proporcionado pela empresa.
Se compararmos a rentabilidade das vendas e o VAB dos Amorins com o Abel percebe-se de imediato que um possuir um poder negocial enorme para praticar os preços que bem entende (logo aumentar o seu VAB e Rent. das Vendas)
Ó Daniel, economia não é definitivamente o meu forte. Não me custa nada admitir que tenha feito uma extrapolação incorrecta dos dados, mas o que me espantou nesse relatório foi a abissal diferença no volume de negócios de algumas empresas relativamente a outras de dimensão equivalente e que se dedicam basicamente a fazer o mesmo.
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