Chulos??!!

segunda-feira, 22 de junho de 2009



Aos poucos e poucos, apercebo-me que Einstein tinha mesmo razão quando afirmava que existia duas coisas infinitas no universo: o próprio universo e a estupidez humana!
Já se sabe que em tempo de crise, não se limpam armas, mas há por aí uns tipos que andam a exagerar. Em crise, já todos sabemos que nos encontramos, e as companhias aéreas não fogem a essa situação. São conhecidos os prejuízos das várias operadoras internacionais como a TWA, Air France, TAP, ALITALIA e a própria British Airways e as soluções que encontraram para sair dessa situação. Enquanto que uns se coligam, reduzem margens de lucro, eliminam rotas menos rentáveis e/ou aumentam os preços, outros descobriram algo extremamente importante e que promete arrasar com a crise; trabalhar de GRAÇA.
Exactamente, trabalhar um mês, de GRAÇA. E como bom oportunista e populista que certamente será, o presidente-executivo da companhia British Airways já decidiu aderir. Ah pois, o exemplo vem de cima… mas esperem um pouco. Quanto é que ele ganha? Setenta e Dois mil euros por mês ( €72000/mês). Este chulo apressou-se a dizer que estava disposto a trabalhar um mês de graça, quando deveria ter dito que estava disposto a trabalhar 1 ano de graça!
Tentemos perceber, porque razão as companhias aéreas se encontram nesta situação. Antes de 2008, a maioria das companhias aéreas encontrava-se de perfeita saúde, porventura com a subida do preço do petróleo e, posteriormente, com a redução do nº de passageiros, os resultados entraram em colapso. Como é que os trabalhadores são responsáveis por esta situação? A resposta é que não são responsáveis.
O sector aeronáutico atravessa uma crise estrutural, visto que, mais tarde ou mais cedo, os preços dos combustíveis voltarão a subir ferozmente, e anda-se a tentar resolver esta situação com esquemas artificias de melhoria da rentabilidade das companhias.
Aqueles que advogam o trabalho voluntário para resolver esta situação, arriscam-se a “roubar” o lugar à Madre Teresa de Calcutá, pois os factores que estão a prejudicar as companhias aéreas, vieram para ficar, e por isso, estas pessoas terão de trabalhar não um mês de graça, mas sim 3, 4 ou 5.
Cada um é responsável de fazer o que bem lhe entender, inclusive trabalhar de graça, mas dever-se-ia tomar as devidas precauções para evitar que aqueles que recusarem trabalhar de graça, sejam despedidos ou perseguidos futuramente. Ah! e se isto entra em moda, ainda vamos ver em Portugal alguns pseudo-empresários a solicitarem aos seus trabalhadores para laborarem um mesito “à borla”, porque o Mercedes que o patrão comprou o ano passado foi carito e este ano as encomendas estão curtas… é óbvio que o primeiro a abdicar do seu salário será o responsável máximo da empresa que ganha mais 500% que os “voluntários”.
Chulos??!!



http://sic.aeiou.pt/online/video/informacao/NoticiasDinheiro/2009/6/crise-no-mundo.htm

1 comentários:

O Comendador disse...

Pois é Daniel!
Isto parece que começa a fazer escola... primeiro cortaram os aumentos salariais para tornar as empresas mais competitivas, agora querem que se trabalhe de graça para que as empresas ainda sejam competitivas, qualquer dia os otários dos trabalhadores ainda têm que fazer uso das suas minguas poupanças e darem-nas às empresas para poderem trabalhar, tudo para tornar as empresas competitivas...
A peta está boa de ver. O que eles querem é o crescimento do rendimento das suas acções e aplicações financeiras e fazem-no a qualquer custo (para os trabalhadores claro!)
O ideário neoliberal sempre sonhou com o dia em que o trabalhador trabalhasse a custo zero, quer-me parecer no entanto, que não ficaremos por aqui, ultrapassado este patamar, a seguir o descaramento já não será trabalhar gratuitamente e sem encargos para o patrão, o próximo passo já se adivinha e não estranhes se um dia destes aparecer aí algum magnânimo gerente ou administrador de 72 000 euros/mês, a apelar aos trabalhadores para abrirem os cordões à bolsa, pois só assim as empresas serão competitivas.

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  © Feira das Conspirações! - Santa Maria da Feira - Portugal - Maio/2008

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