“Não interessa se o gato é preto ou pardo, desde que apanhe o rato”
terça-feira, 29 de setembro de 2009
No próximo dia 1 de Outubro, comemora-se o sexagésimo aniversário da fundação da República Popular da China. O país que remonta à dinastia Shang, à 3000 anos, que controlou o mundo oriental com a dinastia Ming e que colapsou com a dinastia Manchu quer deter o estatuto que acredita lhe pertencer: super-potência mundial!
A sua dimensão geográfica (9.640.821 km²) e populacional (1,3 biliões de pessoas) é motivo suficiente para que muitos acreditem que o sistema repressivo seja um mal necessário. A guerra-civil de 1949 demonstrou com clareza isso mesmo, pois apenas com uma figura unificadora e poderosa poderia a China sair do jugo em que se encontrava. Mao Tse-Tung personificou aquela figura e para o bem e para o mal conduziu os destinos do país até 1976, ano de sua morte.
Para o bem, porque incutiu nos chineses, um sentimento de profundo fervor nacionalista que permite, hoje em dia, que lutem acerrimamente pelo progresso do seu país e impediu o surgimento de regiões separatistas.
Para o mal, porque levou a cabo políticas desastrosas para a economia, como o “Grande Salto em frente” que pretendia desenvolver a China em termos agrícolas e industrias, rapidamente, através da colectivização dos campos e da indústria; para não falar da Revolução Cultural iniciada em 1966 que instigava os chineses a perseguir, matar e torturar todos aqueles que não abandonassem os antigos hábitos ou assumissem comportamentos burgueses. O “grande timoneiro” assumiu o lugar de “Deus” e o seu livro vermelho “a nova bíblia”.
O homem que, verdadeiramente, está nas fundações do progresso económico da China é Deng Xiaoping. Ele que proferiu uma frase, que ficaria conhecida para sempre, caracteriza a China de hoje; “Não interessa se o gato é preto ou pardo, desde que apanhe o rato”.
Este pragmatismo na actuação política originou uma retirada gradual do estado da economia, os campos foram entregues, passo-a-passo, aos agricultores e o brotar da indústria privada não se fez esperar. Apesar disto subsistem os planos quinquenais, ao estilo soviético, o controlo dos media é real e os atentados aos direitos humanos são frequentes. Esta espécie de comunismo de mercado está a dar lugar a uma economia de mercado, com uma pujança exportadora incrível, a qual permitiu arrecadar biliões de dólares em reservas monetárias e retirou centenas de milhões de chineses da pobreza.
Chegados a este ponto, coloca-se a questão: será a China capaz de destronar os Estados Unidos da América? A resposta, no meu entender, é algo semelhante àquela que se dá quando se questiona a existência de vida extraterrestre; ou seja, certamente que sim, mas não sei quando.
O poderio militar e tecnológico americano continua a ser estrondoso, mas será, decisivamente, através da economia que a China destronará os EUA. Por um lado, a subsidiação do deficit externo americano através das poupanças dos chineses, a acumulação maciça de dólares em reservas do Banco Central Chinês e a pretensão de derrubar o dólar como moeda de referência mundial fragilizará os EUA. Por outro lado, o “spill-over” em termos tecnológicos, isto é, o apoderamento dos conhecimentos tecnológicos por todo o mundo, fará com que o poderio militar e tecnológico americano não perdure eternamente.
Quinta-Feira, certamente, assistiremos a uma espectacular parada militar, com soldados a marchar ruidosamente e geometricamente colocados, com grandes tanques de guerra e aviões-jacto a sobrevoar Tienamen. O sinal é claro: queremos mandar!
A sua dimensão geográfica (9.640.821 km²) e populacional (1,3 biliões de pessoas) é motivo suficiente para que muitos acreditem que o sistema repressivo seja um mal necessário. A guerra-civil de 1949 demonstrou com clareza isso mesmo, pois apenas com uma figura unificadora e poderosa poderia a China sair do jugo em que se encontrava. Mao Tse-Tung personificou aquela figura e para o bem e para o mal conduziu os destinos do país até 1976, ano de sua morte.
Para o bem, porque incutiu nos chineses, um sentimento de profundo fervor nacionalista que permite, hoje em dia, que lutem acerrimamente pelo progresso do seu país e impediu o surgimento de regiões separatistas.
Para o mal, porque levou a cabo políticas desastrosas para a economia, como o “Grande Salto em frente” que pretendia desenvolver a China em termos agrícolas e industrias, rapidamente, através da colectivização dos campos e da indústria; para não falar da Revolução Cultural iniciada em 1966 que instigava os chineses a perseguir, matar e torturar todos aqueles que não abandonassem os antigos hábitos ou assumissem comportamentos burgueses. O “grande timoneiro” assumiu o lugar de “Deus” e o seu livro vermelho “a nova bíblia”.
O homem que, verdadeiramente, está nas fundações do progresso económico da China é Deng Xiaoping. Ele que proferiu uma frase, que ficaria conhecida para sempre, caracteriza a China de hoje; “Não interessa se o gato é preto ou pardo, desde que apanhe o rato”.
Este pragmatismo na actuação política originou uma retirada gradual do estado da economia, os campos foram entregues, passo-a-passo, aos agricultores e o brotar da indústria privada não se fez esperar. Apesar disto subsistem os planos quinquenais, ao estilo soviético, o controlo dos media é real e os atentados aos direitos humanos são frequentes. Esta espécie de comunismo de mercado está a dar lugar a uma economia de mercado, com uma pujança exportadora incrível, a qual permitiu arrecadar biliões de dólares em reservas monetárias e retirou centenas de milhões de chineses da pobreza.
Chegados a este ponto, coloca-se a questão: será a China capaz de destronar os Estados Unidos da América? A resposta, no meu entender, é algo semelhante àquela que se dá quando se questiona a existência de vida extraterrestre; ou seja, certamente que sim, mas não sei quando.
O poderio militar e tecnológico americano continua a ser estrondoso, mas será, decisivamente, através da economia que a China destronará os EUA. Por um lado, a subsidiação do deficit externo americano através das poupanças dos chineses, a acumulação maciça de dólares em reservas do Banco Central Chinês e a pretensão de derrubar o dólar como moeda de referência mundial fragilizará os EUA. Por outro lado, o “spill-over” em termos tecnológicos, isto é, o apoderamento dos conhecimentos tecnológicos por todo o mundo, fará com que o poderio militar e tecnológico americano não perdure eternamente.
Quinta-Feira, certamente, assistiremos a uma espectacular parada militar, com soldados a marchar ruidosamente e geometricamente colocados, com grandes tanques de guerra e aviões-jacto a sobrevoar Tienamen. O sinal é claro: queremos mandar!
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