O Úbere e o triste fado do choradinho!

domingo, 21 de setembro de 2008


O úbere tem sido ao longo de gerações a mais enraizada das instituições nacionais.

Na política, no desporto, no empresariado e em todos os sectores da vida social deste país, o úbere, é assim, uma espécie de mezinha que nos cura todas as maleitas.

Quem de entre nós, nos momentos de maior agrura, resistiu à tentação de se socorrer do úbere?


Exemplos não faltam, ainda recentemente, as piscinas do C.F.U. Lamas encerraram, as causas desconheço, mas não andarão, por certo, muito longe da falta de condições mínimas para poderem funcionar, segundo padrões e critérios definidos por instâncias superiores.

Eu não contesto se as piscinas ao longo dos anos desempenharam um papel social de relevo, o que é verdade é que os utilizadores pagavam a sua utilização, portanto, era exercida objectivamente, uma exploração das instalações e não uma dádiva aos utentes.




Os tempos mudaram, hoje as piscinas do C.F.U.Lamas já não gozavam do sempre cómodo estatuto, de quase exclusividade no ensino e na prática da natação no norte do concelho, com a agravante de não se terem modernizado as instalações, perdendo em qualidade e meios para outras piscinas da região, inclusive, para espaços de natação na própria freguesia.

O C.F.U.Lamas, durante anos teve ali uma interessante fonte de receitas, que foram sendo canalizadas para colmatar as necessidades do futebol.

Fruto de anos de práticas irracionais na gestão do clube, mais de 300 000 Euros de dívidas ao fisco, fazem com que o C.F.U.Lamas se veja hoje impedido de recorrer aos apoios de fundos públicos e estatais.

O choradinho, prática recorrente nestas coisas, de nada servirá, tanto mais que não é liquido que qualquer tipo de apoio possa efectivamente ser aplicado nas piscinas, a prática tem evidenciado isso mesmo, e já agora, porque razão têm que ser sempre os dinheiros públicos a corrigir os erros acumulados durante anos, por quem não distingue a fronteira entre a linha de rumo e o naufrágio?

Em analogia com o que dizia o velho sábio Confúcio:

" Se vires alguém com sede, não lhe dês a teta, ensina-o a mamar!"

Isto aplica-se de igual forma àqueles que tendo o úbere por debaixo do nariz, não lhe conseguem chegar com a boca.

É a característica mais vincada do presunçoso luso, que em momentos de carestia, espera sempre que algo lhe seja enviado pela divina providência.


PUBLICAÇÃO : O GADANHA

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  © Feira das Conspirações! - Santa Maria da Feira - Portugal - Maio/2008

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