Dinheiro sujo

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010



Isto de ser rico às custas dos outros, não dura sempre.
Já tive oportunidade de demonstrar a minha repugnância por aqueles países que vivem artificialmente bem, por causa de dinheiro sujo proveniente de praticamente todo tipo de crimes e violações dos direitos humanos. Estes países, não só, promovem o crime e violação dos direitos humanos, dando abrigo ao dinheiro de criminosos, como impedem os países-natal dos criminosos de terem acesso às contas daqueles. Como se não bastasse, alguns desses países, a que eu chamo “abutres”, ainda emprestam dinheiro com taxas de juro altíssimas a outros países, muitas vezes aos países-natal dos criminosos. A isto poderíamos chamar “dupla roubalheira”.
Na Europa temos alguns exemplos: Suiça, São Marino, Mónaco, Luxemburgo e Liechtenstein. Evidentemente que uns usam práticas mais funestas que outros, mas no fundo todos pactuam numa coisa: captar dinheiro!
A Suiça, desde sempre foi vista como um país exemplar, de bons costumes, pessoas cultas e, sobretudo, um país rico. Mas por que raio, um país no meio dos Alpes, encravado entre a Itália, França, Áustria e Alemanha poderá ter um nível de vida e rendimento muito superior à média europeia?
A resposta é simples. Enquanto que uns se especializam na produção agrícola, outros se especializam na metalomecânica (como os Checos e os Alemães), outros especializam-se na arte de roubar. Mas não é roubar de uma forma qualquer, por isso é que são especializados. Trata-se do típico “colarinho branco”.
Este modo de vida fica de tal forma entranhado num país que qualquer tentativa para o modificar é vista como ameaça à segurança nacional. O UBS, principal banco suíço e um dos maiores do mundo, desejava ceder dados sobre as contas de alguns dos seus depositários, aos países de origem, mas o governo suíço impediu-o. O que teme o governo suíço?
A Itália promoveu um perdão fiscal a todos aqueles que fugiram ao fisco italiano e depositaram os seus rendimentos na Suiça. Por esta via, o governo Italiano já consegui arrecadar 85 mil milhões de euros e só da Suiça saíram 60 mil milhões. Só para possuírem um termo de comparação, o PIB português é de 160 mil milhões…uma enormidade portanto.
O problema é que isto é uma gota de água num oceano e países como Portugal continuam a ser lesados nas suas receitas por estes países-abutres. Deixassem os Suíços de vender o que é dos outros e logo veríamos se viveriam só de chocolate, relógios e medicamentos.

2 comentários:

O Conspirador disse...

Está bem visto Daniel, de facto é à custa destes necrófagos institucionalizados e sem escrúpulos que este mundo está como está... uma grande porcaria!

Lourosense disse...

Não poderia discordar mais contigo Daniel, pelas seguintes razões:
-Os Estados supostamente "lesados" podem promulgar legislação que impeça transferências para bancos Suíços.
- Os Suíços são infinitamente mais sérios e cumpridores no que se refere ao pagamento de impostos e demais obrigações sociais e cívicas que os Portugueses.
-Os relógios Suíços são peças de engenharia avançada e tecnologia de ponta, a indústria farmacêutica é assente no I&D e mão de obra qualificada. Ao contrário de rolhas, sapatos e têxteis, que já sabemos como são: indústrias de baixo valor acrescentado, mão de obra intensivas, que qualquer país terceiro mundo pode ter. Quanto aos chocolates... A Nestlé tem a sua sede na Suíça e já que gostas tanto de comparar as coisas com o PIB Português, compara o volume de negócios da Nestlé.
-Em Portugal estão-se a borrifar para o cumprimento dos direitos humanos, os Suíços é que têm culpa disso? O Estado Português é que tem! Eles fazem a parte deles, e garantem que na Suíça se cumprem!
-A Suíça enriquece às nossas custas? Se bem me lembro, as remessas de emigrantes da Suíça ajudaram muito ao desenvolvimento de Portugal. Se fores ver o saldo dos fluxos financeiros entre os dois países se calhar há mais dinheiro a vir de lá do que a ir para lá...
Para resumir um pouco a minha ideia, os Suíços são mais ricos porque trabalham mais, pagam as dívidas e os impostos, têm mais respeito com o meio ambiente, não andam com "desenrascanços" nem cunhas e são MAIS SÉRIOS que por exemplo, os Portugueses! Além disso, têm todo o direito a fazer as leis bancárias como bem entenderem, são soberanos e independentes!

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