Professores vs. Ministério da Educação

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008


O país tem assistido nos últimos dias àquilo que me parece ser, o epílogo final da luta dos professores com a ministra da educação.

Com toda a concentração mediática neste conflito, dá a ideia que o país não tem mais problema nenhum, não existe mais nenhum problema que preocupe as pessoas, mas a realidade do cidadão comum mostra que não é assim.

Confesso que já estou farto da teimosia do ministério da educação em prosseguir com este sistema de avaliação, que como já se percebeu, é um amontoado disperso de burocracias, que mesmo que fosse levado por diante dificilmente, cumpriria o seu objectivo de promover o mérito entre a classe dos professores.

Por outro lado, dá a idéia que os professores começam a perder o estado de graça entre a opinião pública.

Já toda a gente percebeu que o Mário Nogueira não passa de uma marioneta do PC, e que pretende prolongar o conflito pelo máximo de tempo possível, e vai mesmo prolongá-lo até que a castanha lhe rebente mas mãos! Isto mostra como é evidente, todo o sentido que faz a avaliação dos professores . Quando não se percebem os joguetes políticos que estão por trás de tanto alarido, também não custa a acreditar que alguns não percebam que são meros peões de infantaria nesta cruzada.

Se os professores querem ser avaliados, então não basta dizer que não aceitam este modelo, apontem tudo o que está mal e proponham as alterações. Alguém que esteja minimamente atento ao que se passa, tem dificuldade em perceber o que pretendem os professores, para além de não aceitarem este modelo de avaliação proposto.

Na verdade todo este celeuma tem que ver, segundo os professores, com condicionalismos na progressão da carreira docente; a imposição de quotas é outro factor que interfere nessa ascenção, resultando daí um prejuízo óbvio em termos de vencimento.

Visto por este prisma entende-se a legitimidade do protesto dos professores, agora convém explicar porque razão, as avaliações que eram feitas até aqui, resultavam sempre em notas de "excelente " e "muito bom", possibilitando que toda a gente ascendesse de forma cega e injusta, serão os professores uma classe à margem da sociedade em geral?

A resposta a esta questão parece-me óbvia, em todas as componentes da sociedade existem "muito bons", "bons", "medianos"."medíocres" e "péssimos", que raio de avaliação é que era feita aos professores, que contraria as leis naturais da estatística?

É por esta ausência de argumentação, que eu julgo que o estado de graça dos professores estará a acabar, pelo menos junto da opinião pública, agravado com os consequentes transtornos, que as greves poderão causar aos pais e encarregados de educação.

É bom que os senhores professores não se iludam e se preparem para a impopularidade, os sindicatos da classe não venham dizer agora, que os pais estão a ser manipulados, pois essa é a mesma argumentação do Sócrates quando é confrontado com manifestações de rua.

A bem do ensino era bom que se entendessem de uma vez por todas, pois quem está a ser prejudicado são manifestamente os alunos e os bons professores, pois estes também existem.

Finalmente uma dedicatória para os partidos políticos...

Com a excepção do partido que suporta o governo e mesmo aqui não há unanimidade, todos os outros parecem estar do lado dos professores, mas isto é uma questão de mero tacticismo politiqueiro, assim que a impopularidade assolar a classe dos professores, vamos assistir à mudança de campo de alguns partidos.

Outros irão persistir por obrigação e porque a luta tem de ser feita todos os dias, outros ainda mais á laia do chacal, irão ficar com as sobras que conseguirem surripiar, pois esse é o desígnio que lhe está traçado pela própria natureza.

PUBLICAÇÃO : O GADANHA

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